Meus queridos amigos Luiz Felipe (Lufeba) e Marinilda são constantemente “cobrados” por mim sobre os cuidados com a saúde, sabem do imenso carinho que sinto por eles, que possam cuidar mais de si, nos dar mais prazer de que estão bem. Claro que esta preocupação, tem muito a ver com as coisas pelas quais tenho vivido nos últimos dois anos e três meses, desde que minha filha foi diagnosticada com Leucemia, o que abalou muito a vida, a percepção da nossa frágil existência, como nossa presença aqui pode ser breve.
A vida ganhou nova dimensão, os valores mudaram de forma rápida, as certezas foram substituídas pela angústia, mas sem perder a fé de que vamos vencer. Aqui um roteiro com vários posts sobre o que vivemos nestes últimos tempos ( A Força da Cura ). Mas, a questão central é a saúde: a nossa, dos nossos familiares e dos amigos, pois somos apenas, na formulação do Poeta Horácio: “puluis et umhra sumus”( “pó e sombra”), pouco nada além disto, e temos que viver bem, com alguma qualidade, o que depende de nós.
Recentemente, um grande amigo, aqui do trabalho, ex-fumante, vida sedentária, saiu para ir ao banco, teve um mal estar, perto da empresa, levado ao hospital, sofrera um Acidente Cardiovascular (AVC), já são 6 meses e não saiu do coma, o passado, cobrando o presente. Para piorar a situação, coisa costumeira de nossas vidas, contas bancárias, administração do lar, toda feita por ele, esposa e filhos sem ter ideia de como era a saúde financeira de suas vidas, um perrengue na hora de pagar até a luz ou telefone.
Pergunto aos amigos que me leem: Por acaso partilhamos nossas contas, bens com nossos companheiros (as) ou familiares? Em caso de ausência total ou temporária, como nossos entes queridos podem dar sequência as suas vidas? O aspecto que discuto aqui, não se refere a questão de amor, sentimento, mas, sim, a questão financeira, administração de bens, seguros de vida, saúde, contas bancárias. Secundarizamos demais, estas coisas como se fossemos eternos, indestrutíveis, não percebemos o embaraço que podemos causar aos nossos filhos, companheiros (as), por nossa visão estreita da vida.
Neste sábado, jantando com amigos, perguntei a dois deles, se eles sofressem qualquer problema de saúde, suas esposas e/ou filhos saberiam continuar suas vidas, pagar as contas, administrar os bens, ou mesmo coisas elementares, como acessar conta bancária? A resposta foi o silêncio, é mútuo, tanto nos homens, quanto nas mulheres, mesmo cada um cuidando de suas contas, não há comunicação eficaz entre si, como assumir os feitos do outro em caso de problema, principalmente os de saúde, aqueles que aparecem sem avisar.
Uma pequena dica: Um casal de amigos, pais de um colega de minha filha, disseram, certa vez para mim, que ambos têm uma pasta guardada num cofre com todos os bens, número de contas bancárias, aplicações e senhas, que renovam a cada seis meses, atualizando valores e extratos. Procurações recíprocas em caso de morte, que facilita a administração por qualquer um deles. Parece paranoia, mas é uma coisa fundamental hoje em dia, os compromissos que assumimos são enormes e complexos, seria de bom grado pensarmos no futuro. Um pequeno exagero deles, quando viajam, vão em voos diferentes, cada um com um dos filhos, assim também se perde o prazer de curtir juntos, mas é uma visão de vida coerente com o que pensam.
Arrá, meu filho sabe todas as minhas senhas. Tô preparando até doc oficial para desligamento de aparelhos em caso de doença terminal. Porque é um direito (geralmente desrespeitado) viver meus últimos anos como bem entendo. Beijos!
Hmmm, o certo é “como bem entenda”, desculpe aí.
essa preocupação sua é muito pertinente, arnóbio. qdo perdi meu irmão de repente, aprendi a duras penas como a nossa vida é breve e frágil. não é paranoia, não. os que ficam precisam continuar. um forte abraço! simonezac.
Tenho pensado muito nisso. Embora meu patrimônio seja mínimo, mas as dívidas muitas.
Bons toques, Arnóbio.
#CarapuçaModeOn
Arnóbio,
Certo, pero….
Agora, como ficam os time dos largados (as) no mundo que nem eu? Hahahahaha. Tbém, se eu bater as botas de repente só vou deixar uns livros, tudo de esquerda, e um montão de dívidas, hahahaha.
Abração
Boa lembrança Arnóbio… Meus filhos possuem as chaves da minha casa, minhas contas e senhas, mas… Céus!… minha papelada está uma bagunça horrorosa! Vou dar um jeito nisso!