Num dia recheado de temas sobre a Crise nos grandes jornais do mundo, vamos tentar neste artigo, aqui na série sobre a Crise 2.0, debater alguns destes problemas. Mas, antes, vamos lembrar que, um mês atrás, escrevemos que o maior entrave para um novo ciclo do capital, continua sendo EUA e UE, ou seja o centro do capitalismo, no artigo Crise 2.0: O Risco EUA, indicamos alguns outros posts que alinhavavam uma visão geral dos rumos da crise, pois ali se anunciava um possível movimento do FED para emissão de moedas, conhecido como QE, afrouxamento Quantitativo.
Apontamos ali que : “De um lado, os EUA faz seu afrouxamento monetário, mas não tem acordo fiscal possível, congresso em oposição ao governo, limitando as ações e por conseguinte uma saída mais consistente da Crise. Do outro lado, na UE, como há apenas uma moeda comum, o BCE está de mãos atadas, não agindo para resgatar países como Espanha e Itália. O coração do Capital continua funcionando com marcapasso, quase quebrado”.
Na reunião do Comitê de Mercado Aberto do FED, realizada em 31/7 e 1/8, teve sua ata divulgada ontem, lembremos das lições da Grécia, o oráculo de Delfos, respondia de forma oblíqua, Apolo Loxias(Oblíquo), é assim que sentimos lendo os termos da carta: “Muitos integrantes julgaram que uma acomodação monetária adicional provavelmente será justificável muito em breve, a não ser que as informações a serem divulgadas apontem para um fortalecimento substancial e sustentável no ritmo da recuperação econômica”. Calma, a carta não foi escrita pelos tucanos, mas bem parece.
A tradução é direta: se nada mudar o rumo da economia, com sua baixa recuperação, vamos emitir mais dólares. Vamos ao mercado de capitais , atuar fortemente no mercado de títulos do tesouro, que se lixe a inflação e os demais países, a maquininha das verdinhas vai rodar à pleno vapor. Em outro trecho ela diz: “o crescimento econômico provavelmente continuará moderado nos próximos trimestres e então, acelerar gradualmente”, e que o desemprego deverá cair apenas gradualmente”. Em síntese, nada pode ser feito, a não ser usar nosso poder no mundo e desequilibrar ainda mais o jogo.
Na matéria da agência Dow Jones, publicada no Estadão de hoje temos a medida da confusão causada por uma crise que não cede, aliás, aprofunda-se, os mesmos remédios continuam a ser usado com maior dosagem e o paciente não reage, mais transfusão de sangue, mas a grande circulação teima em não acontecer, leiamos :
“Muitos participantes esperaram que tal programa poderá dar um apoio adicional à recuperação econômica, tanto ao pressionar para baixo as taxas de juro de longo prazo como ao contribuir para condições financeiras mais fáceis, de uma forma mais ampla”, diz a ata. Alguns participantes também disseram que um novo programa de compra de bônus, ou de relaxamento quantitativo da política monetária, poderá fomentar a confiança do consumidor e das empresas.
Outros integrantes do Fomc, porém, mostraram preocupação quanto à eficácia de um novo programa de compras de bônus e se ele tornaria mais difícil para o Fed reduzir sua grande carteira de ativos mais tarde. Muitos disseram pensar que é importante que qualquer novo programa de relaxamento quantitativo seja flexível, para dar conta de mudanças nas condições da economia. Os dirigentes do Fed também discutiram outras ferramentas que poderiam ser usadas para estimular a economia, entre elas a extensão do período no qual as taxas de juro de curto prazo deverão permanecer próximas de zero. Desde janeiro, o Fed vem dizendo que planeja manter as taxas de juro de curto prazo em “níveis excepcionalmente baixos” pelo menos até o fim de 2014″.
Num ambiente assim, em plena campanha eleitoral, o cenário se torna imprevisível, pois o problema fiscal continua sufocando a economia, a solução de reduções e estímulos fiscais terminam em 2013, os Republicanos, não vão fazer nada que possa “ajudar” Obama, só sobra o FED com seu bastão a dar “porrada” no mundo. Seu parceiro Europeu, BCE, seguirá rebatendo a bola? Fará novo QE do Euro? Os BRICS terão menos espaço de manobra, pois a indicação é que novamente 2013 seja recessão na UE e também nos EUA. Em 12 e 13 de Setembro nova reunião do FOMC, seja o que deus, digo, Dólar quiser!!!