Ontem o Mauricio Caleiro no seu excelente blog fez uma ótima análise de mídia Neocon e também introduziu o debate sobre militância virtual ( O jornalismo neocon e a militância virtual ) . A pertinência do debate aberto por ele fez com que resgatasse alguns tópicos que identifiquei que serão os que vão dar ritmo ao Governo Dilma nos próximos 4 anos, bem como a dinâmica da militância real e virtual.
Aos apoiadores de Dilma, que estão no campo da continuidade das mudanças começadas com Lula temos muito, mas muito a fazer, temos que elencar a nossa real agenda, a realidade nos impõe alguns temas fortes:
1) Relação do Brasil com G20;
2) Questão da nova guerra cambial/comercial;
3) Recomposição de forças no cenário nacional, novo pacto federativo com reforma tributária;
4) Pré Sal e seus ganhos para sociedade: Educação, Saúde e erradicação da pobreza;
5) Reforma política e relação partidária no congresso;
6) Tecnologia: PNBL, AI5 Digital;
7) Marco regulatório das comunicações;
8) Voltar aos padrões civilizatórios de convivência social, de uma condenação cabal às manifestações Neofascistas, com punição exemplar a quem as pratica;
9) Comissão da Verdade e acertos de contas com nosso passado, sepulta nossos mortos
São grandes temas que discutimos pouco e darão o corte no novo momento que passaremos a viver. A perspectiva de Dilma fazer um governo mais “técnico” com composição mais preparada para dar respostas políticas, mas principalmente técnicas aos grandes temas, deve ser nosso norte.
Novas “tendências” Virtuais
No campo da organização toda uma gama de novos blogueiros, tuiteiros, surge e começam a se auto-organizarem em iniciativas bastante interessantes, comunidades de debates, twitcams, aproximando temas e pessoas de forma virtual e real.
O encontro dos blogueiros progressistas foi um marco fundamental para aproximar um pessoal que escreve bem e quer disputar a sociedade e fazer frente a mídia controlada ao extremo anti-esquerda. Deste encontro até a entrevista destes com Lula forma vários e importantes debates, algumas vezes nos perdemos sem compreendermos o que está em jogo, mas o acerto geral é enorme, vamos mais maduros para um segundo encontro com certeza.
Dois excelentes exemplos são: Rede Liberdade e Teia Livre. Analisando os dois movimentos vejo como é rico e criativo o que acontece agora, o gosto pelo debate da eleição ultrapassou os marcos da empolgação eleitoral e tornou cotidiano os contatos, a necessidade de se aproximar compartilhar idéias e pessoas.
Particularmente estou me localizando e vendo como posso ajudar/contribuir neste momento efervescente, lembro que a Rede da Liberdade começou no Chat coletivo logo no dia da vitória da Dilma e debatemos os episódios da Mayara, dali entrou José de Abreu, Bemvido Sequeira, Maria Frô e tantos outros , agora dou de cara um belo jornal publicado por eles, achei sensacional que tudo tenha ido em frente. Esta semana teve Twitcam com Bemvindo, na quinta debate sobre o Falha de SP..e por aí a coisa segue.
Nos últimos dias do ano recebo post do belo portal “Teia Livre” uma construção coletiva espetacular, bem organizada, estrutura de artigos, de vídeos coisa de gente grande, mas feita neste bojo de geração espontânea, rica e forte.
Muito bacana companheiro. A idéia é agregar informação, pessoas, experiências… A eleição mostrou que temos muita força quando estamos juntos. Belo trabalho que você faz, assim como muitas outras pessoas que dedicam parte da sua vida para ajudar a construir um mundo cada vez melhor.
Grande abraço e esperamos teus textos na @teialivre
Concordo com os pontos apresentados para debate neste novo governo e acrescento dois que considero essenciais, até mais importantes, na definição do futuro do país: a reforma agrária real (Dilma fará? meu amado Lula não fez) e o enterro final da ditadura (seja a Comissão da Verdade ou qualquer outro formato). Depois disso vem o resto. Beijos!
Muito bom!Parabéns!
Concordo com os desafios elencados ao governo da Dilma. Quanto à experiência da política no mundo virtual, especialmente os blogs e twitter, os quais sou leitora e usuária. Porém, não concordo com a designação “progressista” que de certa forma cria uma hierarquia em meio à uma proposta que se quer alternativa às mídias já consagradas. Talvez uma maior divulgação de blogs menores e a substituição desta nomenclatura contribua para a diminuição do sectarismo e do pedantismo na “sociedade alternativa”.
Abraço
As novas tendências virtuais, tem um formato democrático que de certa forma supre a necessidade de participarmos mais ativamente, expondo nossas expectativas diante o cenário político que acreditamos.
Grande idéia. Mas nada andará muito se continuarmos sujeitos a um Congresso de sanguessugas, dependentes da liberação de “emendas parlamentares” sem nenhuma consistência ideológica nos partidos políticos. Á Reforma Política e a Reforma Tributária são fundamentais, mas será que é o atual congresso que deve fazê-las?? A PresidentA DIlma já sinalizou o tema da Reforma Política e da Reforma Tributária. Além de debatermos o que elas seriam, poderiamos também mobilizar para um processo amplame4nte democrático de debates na sociedade e que conclua em uma Constituinte Exclusiva para votar as Reformas.
Sem dúvida, esses projetos integrados potencializam a capacidade de se formar “leitores fiéis”, o que é fundamental pra fazer a coisa “bombar” de verdade.
Uma das medidas que temos que ter em mente é permitir aos blogueiros progressistas que combinem entre si novos projetos tais como esses, que ao se realizarem em grupos, sobrevivam a desfalques temporários e troca de membros.
Perfeita sua análise, Arnóbio!
Ganhei o Dia, estava procurando sobre esse assunto já há algumas horas