Ainda estava nervoso com aquele barulho da turbina do Boeing da VASP, afinal era primeira vez que andava de avião, era madrugada, a viagem longa de Fortaleza até lá, mas eis que olho aquele amanhecer, a “aurora de dedos róseos” (Homero) começa a surgir e mais abaixo à indescritível emoção de ver o senhor de braços abertos, até hoje, como agora, choro de emoção: Rio de Janeiro. Fevereiro de 1989, inesquecível.
Dali em diante tudo se tornou suave, sublime, avião pousa, era a segunda vez que ia ao Rio de Janeiro, mas ver toda aquela beleza de cima foi de tirar o fôlego e para sempre amar a cidade, seu povo feliz, caloroso, gozador por natureza. Todos os estereótipos sobre o Rio caem quando você olha aquela imensa beleza da exuberante cidade.
Desde 89 quando mudei-me para São Paulo tive a sorte de ir muito ao Rio, a trabalho incontáveis vezes, descermos no Santos Dumont atravessando a Guanabara ou circulando por cima do Pão de Açúcar sempre me seguro para não bater palmas e agradecer tudo que vejo. Aquilo revigora a alma do mais insensível dos homens.
Rio de Janeiro sintetiza o Brasil, sua beleza, a doçura de seu povo, o encontro e desencontro das raças, a luta de classe, o apartheid social, as neuras, o glamour, os sonhos possíveis e impossíveis. A glória do passado de capital, de centro político, estético, criativo. Presente de se reconstruir manter a identidade, combater erros históricos, incluir os esquecidos, resgatar a pujança econômica, voltar a ser centro cultural, artístico e esportivo do Brasil.
Sou otimista incorrigível certeza de irei mais e mais vezes ao Rio de Janeiro, como sempre fui, sem ter medo, sem me deixa impressionar com imagens insistentemente feitas não para melhorar, mas com intuito de denegrir o que a cidade tem de melhor.
Neste momento de tensão lembro-me de Noel Rosa, Tom Jobim, Chico (Paulista-carioca) Buarque, Vinicius de Moraes, Cartola, Clara (mineira-carioca) Nunes, Nana Caymmi, Tim Maia, Jorge Benjor, Garrincha, Zico, Romário e tantos outros gênios que cantaram e encantaram o Brasil e tiveram o Rio como seu palco.
Eparrê
Aroeira beira de mar
Canôa Salve Deus e Tiago e Humaitá
Eta, costão de pedra dos home brabo do mar
Eh, Xangô, vê se me ajuda a chegar
Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar
Praia sem fim
Rio, você foi feito prá mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão
Copacabana, Copacabana
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Pousar…
Obrigada por essas palavras meu amigo! É reconfortante saber que nem todos olham a cidade que nasci, com olhos preconceituosos.
Belezura que dá gosto!!!
Pois é, caríssimo. Tivessem todos sua visão e emoção, as coisas teriam outro rumo.
Obrigado por ter escrito isso.
Nada abalará a blz e a alegria contagiante da cidade e do povo do Rio de Janeiro. Cartão Postal
do nosso querido Brasil que eu amo e palco de maravilhas da natureza e de grandes artistas. Viva o Rio!
Pois é, como se aqui em SP fosse muito diferente… Aqui, a velha mídia nao divulga a violência q acontece principalmente na periferia.
Arnobio, amo essa cidade, sou carioca por adoção, saí de Curitiba e escolhi aqui para viver, e aqui quero ficar.
É isso aí meu caro, enquanto uns tentam mostrar a Muy leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro como Troia arrasada, você a enxerga com poesia a sua beleza natural e o seu lindo povo.
Grato
Obrigada por este olhar tão lindo pra minha cidade, linda, linda e linda! :)))
Nobim, Nós vamos nos aventurar nas férias de Julho no Rio de Janeiro. Que tem tanta beleza, tanta bossa, que encanta a todos nós, principalmente nossos pequenos que amam Tom e Vinícius.
Rio, eu te amo.