A Geração Z, ou seria as jornadas 2.0, abalam o México.

“Como estes crendeirões esperam sempre!
Fossam na terra, à cata de um tesoiro,
dão co’uma vil minhoca, e ficam pagos!”
(Fausto – Goethe)
Há um movimento em curso que visa questionar o “sistema”, uma espécie de nova primaveras (árabes), indignados, occupies e jornadas, agora sob alcunha de Geração Z. Há conexões comuns, como os problemas reais e concretos da Democracia Representativa, da incapacidade do Estado (burguês) de dar respostas econômicas, sociais e políticas para o povo em geral, em especial para a Juventude.
O que abre um campo fértil para manipulação e rapidez, capilaridade, além da capacidade comunicação de projetos obscuros de manutenção do Sistema, se apresentando como luta contra…O Sistema. O que não parece nada inocente que de repente as big techs abram suas caixas de ferramentas para insuflar a tal Geração Z contra o “sistema”, por sua liberdade (das Big techs) feita por algoritmos e sua incrível capacidade se manipulação de milhões, de forma quase instantânea.
Essa nova etapa de revoltas, precisava de laboratórios e estavam sendo testados pelo mundo, os mais aleatórios como Nepal, Madagascar, Peru, no nível altíssimo de radicalismo e violência, varrendo governos eleitos (matando, incendiando autoridades) e legítimos, por via violenta e sem nenhum respeito por qualquer instituição, ainda que se possa dizer que havia elementos de corrupção, falta de transparência e instabilidades nesses países, o que foi bem aproveitado nos testes, inclusive como “unir” a população para validar a invisível “Geração Z”.
Feitas essas experimentações, quem controla (Big Techs, Departamento de Estado dos EUA), criam espaços para novos ataques à Democracia em países mais “estáveis”, mas não sem graves problemas, como o México, a questão dos cartéis de drogas, infiltrados no poder, corrompendo a Segurança Pública e poder judiciário.
As manifestações violentas no México, em 120 cidades, e a maior na praça central onde fica o Governo, demonstra que o centro catalisador e desestabilizador das “mobilizações espontâneas” subiu o nível da aposta, quer derrubar o potente governo da Presidenta Claudia Sheinbaum, a primeira mulher eleita no México e com alta popularidade, por mera coincidência, um dos alvos de ódios do governo “antissistema” Trump, o grande defensor do poder das Big techs.
É preciso repetir que essa conjuntura de Hegemonia da extrema-direita que se prolonga por quase 15 anos, gestada na Crise de 2005-2008, sendo ela (a hegemonia idelógica) a resposta política do Capital a maior crise desde 1929, a guerra híbrida é o complemento dessa tática política.
A tática de desestabilização internas, apostando na guerra interna, naquele momento (e hoje?) a ação política feita por meio das nascentes redes sociais, pariu primaveras, jornadas, o autoritarismo, o negacionismo, o radicalismo religioso, tudo isso saiu do gueto e tomou conta do mundo, parte da esquerda (de verdade) foi fundamental na ajuda naquela época, no Brasil em especial, quando foi para cima irracionalmente o governo Dilma.
Esse novo movimento da “Geração Z “, com muito mais PODER das Big Techs, os algoritmos, as Redes Sociais, e o advento da IA, exige muito mais recursos de países, em primeiro lugar, o fim da Soberania local e digital, não é qualquer coisa, a quebra das instituições, do Estado de Direito, da Democracia e do conceito de Nação Livre. Mais uma vez, elementos reais e concretos das contradições o próprio Estado (burguês) é usado para essa nova forma de Poder e Domínio por frações cada vez mais reduzidas do Capital, hoje sob controle do Capital Financeiro e suas Big Techs.
Quando esse movimento da Geração Z vai eclodir no Brasil? É a mesma pergunta que me fiz em agosto de 2012, quase um ano antes das famigeradas jornadas de junho de 2013. Será que a Esquerda (de Verdade) vai colaborar com o Capital em nome da Liberdade (liberal burguesa, identitarismo)? A COP 30 pode ter sido um ensaio, a tentativa de constranger o Governo Lula.
Preocupante, mas estamos mais ligados, será?
“E tudo que nos parecia sólido, sumiu ao vento como nossos desejos” (Marx e Engels apud Shakespeare)