Ataque em Londres – Os atentados de 7 de julho de 2005 (Netflix)

O documentário sobre o ataque em Londres, em 2005.

Há um interessante documentário da Netflix sobre os ataques ao metrô de Londres em julho de 2005, estreou recentemente. Vinte anos depois os depoimentos e as imagens de tensão daqueles eventos trágicos e da hipocrisia de Tony Blair, se imiscuindo de qualquer responsabilidade de suas escolhas sobre a “guerra ao terror” no Iraque, Paquistão e Afeganistão, em que era parceiro dos EUA.

Entre os eventos, além dos quatro homens-bombas que se explodiram no dia 07 de julho, em que morreram 52 pessoas e 700 feridos, houve quatro outras tentativas em 21 de julho e o assassinato do brasileiro Jean Charles Menezes, no dia 22 de julho, numa trapalhada fenomenal das forças de seguranças inglesas, que o mataram de forma covarde e precipitada. Pior, sabiam que era inocente, logo a seguir, mas mentiram publicamente de que ele era um dos suspeitos de participar de uma organização terrorista.

A eficiência da polícia britânica esconde casos graves de abusos e assassinatos provocados, depois tratados com cinismo, muitos anos depois um amarelo pedido de desculpas e uma narrativa mentirosa, ainda que plausível nas condições daquele momento, nenhum pedido direto de desculpas e reconhecimento dos erros e das brutais falhas na inteligência externa (MI6) e interna (MI5), fora a polícia local inoperante, todos perdidos sem ter noção onde, ou a quem procurar.

Parecia óbvio que haveria uma reação às ações do maior aliado dos EUA naqueles anos, da farsa sobre armas de destruição em massa do Iraque, ou das torturas nas prisões secretas com a direta colaboração dos britânicos, o “poodle” do Bush Jr não enganaria por mais tempos, ademais, Madri do pernóstico Aznar já passara por um ataque um ano antes. De certa forma a empáfia britânica foi pega de calcas curtas, o documentário demonstra isso.

A morte do brasileiro, assassinado pela polícia inglesa, é apenas uma demonstração da incompetência tornada pública, o documentário tardio, mas necessário sobre a situação a criminalização da comunidade muçulmana, dos estrangeiros, pretos e/ou pardos, atiçaram o racismo e a xenofobia, que era disfarçada até então. Um duro recado ao mundo sobre as suas escolhas, contra quem as guerras, como a das drogas ou terror, têm reflexo direto nas populações civis e que nada têm a ver com seus dirigentes.

Vale assistir, tem valor histórico, de reconstrução ainda que tenha uma narrativa enviesada.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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