2549: O Brasil atravessa o Rubicão: Gonet fez um Golaço!

Bolsonaro e sua quadrilha denunciados, dia histórico.

“alea iacta est” (a sorte está lançada – Júlio César)

O grande general romano, Júlio César (antes de ser César), era governador da Gália, mas nas lutas internas do poder ele foi destituído e resolveu marchar sobre Roma, havia uma proibição de que os generais não atravessassem o pequeno rio Rubicão com suas tropas, o impetuoso Júlio César, rompeu com essa ordem, em 10 de janeiro de 49 A.C., ele atravessou o Rubicão e ocupou militarmente a cidade, para impor uma nova ordem.

O Brasil hoje fez algo inédito em sua conturbada história republicana, o PGR, Paulo Gonet, denunciou o ex-presidente Bolsonaro e dezenas de militares de alta patente. O Brasil tem sua vida politica civil tão marcada por golpes e pela tutela militar, que por várias vezes rompeu a ordem civil, fazendo ditaduras, ameaçando Presidentes, em menor escala governadores eleitos, tornando a Democracia frágil e sob ameaça, desrespeitando eleições, as instituições (burguesas), sempre com apoio da grande Burguesia brasileira e de sua mídia.

O fracassado golpe de Estado pretendido por Bolsonaro em 8 de janeiro de 2023, depois da derrota eleitoral foi se desenhando desde que o inepto e minúsculo político paulista-carioca, ex-capitão do exército, venceu as eleições de 2018, que mesmo vencendo criava uma teoria da conspiração de que as urnas eram fraudadas, algo absurdo e alimentava uma manada de gente sem vocação democrática, uma união autoritária, que mistura religião, baixos instintos e pouco respeito pela Democracia.

Foram quatro anos de enfrentamentos e ameaças às instituições no caótico de fracassado governo de Bolsonaro, na iminência de perder as eleições em 2022, partiu para o tudo ou nada, fez um chamado aos embaixadores estrangeiros para “denunciar as urnas fraudulentas”, um desrespeito à Democracia e a liturgia do cargo. Ao mesmo tempo, alguns dos seus comparsas começam a preparar uma quartelada, que se acentua após a derrota eleitoral.

Uma escumalha convocada por Bolsonaro tomou a frente de quartéis para não aceitar o resultado eleitoral, apelando por uma “intervenção militar”, esse processo culminou com os atos destrutivos da praça dos três poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, após a posse do Presidente Lula, mas teve vários momentos de quase tragédia, como a trama para matar os eleitos e o Ministro Alexandre de Moraes, um quase atentado ao aeroporto de Brasília e uma preparação de Golpe que fracassou.

Um imenso inquérito e julgamento dos que foram presos e presas em Brasília e em alguns estados vem tomando o STF, mais recentemente a Polícia Federal fechou um longo e robusto inquérito apontando as principais lideranças do levante, capitaneados por Bolsonaro, sua inequívoca participação restou provada em todos os atos preparatórios e a condução da conspiração contra o Estado Democrático de Direito.

O Procurador Geral da República, Paulo Gonet, depois receber o relatório pormenorizado, com robusto material probatório, apenas o ultimo relatório tinha quase 900 páginas, um trabalho brilhante da Polícia Federal, condução técnica e de enorme qualidade. O PGR Gonet, sob enorme pressões, montou um time de auxiliares e mesmo com tantas desconfianças, maledicências contra si (da Extrema-direita e esquerda), apresentou sua denúncia ao STF, trazendo Bolsonaro e mais 33 nomes, militares de alta patente, generais estrelados, almirante, civis que ocuparam cargos relevantes na República.

É realmente algo inédito no Brasil, muitos duvidaram que sairia a denúncia, veio e de forma tão forte, quase impensável no Brasil muito acostumado em  acochambrar , dar um jeitinho, uma gambiarra, uma anistia, esconder os responsáveis, nada disso houve, as duzentas e quinze páginas estão respondendo uma a uma as ações criminosas da quadrilha golpista.

Uma etapa fundamental foi vencida, não pode ter retorno. Agora é com Alexandre de Moraes e os demais ministros do STF de fazerem história, com provas, não com convicções e golpes.

PS: Meu amigo, o grande Jurista Bruno Salles, num cálculo rápido, levando em conta nos artigos em que Bolsonaro foi enquadrado, daria 39 anos e 6 meses, fora as ações das joias e da fraude no cartão de vacina.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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