2322: O que seria do Corinthians sem o Palmeiras e vice-versa?

Rivalidade: A refinada técnica de Ademir da Guia e de Rivelino, dois monstros do futebol brasileiro e mundial.

A rivalidade secular que atravessa o tempo e o espaço dos bairros de São Paulo, para cidade, estado, o Brasil, nascidos de suas comunidades de imigrantes que transformaram São Paulo na cidade mais universal do país: Espanhóis, portugueses, italianos criaram o Corinthians, depois o Palmeiras, depois os brasileiros nordestinos, abraçaram os dois, em maior parte o Corinthians.

Essa rivalidade alimenta dois gigantes, orgulho do futebol, e não se resume apenas as torcidas apaixonadas, mas fundamentalmente em histórias, nas vidas, nos choros, nas gozações, nas derrotas doídas, nas vitórias épicas, entre tragédias e muitas glórias, sempre um ligado ao outro, numa montanha russa, altos de uns, baixos de outros, nem um conforto, sabe-se que vão se alternar em questão de poucos anos, pois um mira o outro, com raiva, parece ódio, mas é amor, aos nossos modos.

Nenhum de nós, lado a lado, sabe que tirará sarro do outro por muito tempo, então nos aproveitamos quando se tem oportunidade, ou mesmo no interregno das glórias de que cada um goze, quando sofrem derrotas, numa espécie de inveja e admiração, dificilmente um corinthiano olhará para um palmeirense com desprezo, como o inverso é verdadeiro, não há espaço para sentimentos menores, mesmo com raiva, p…da vida.

Obviamente há momentos de guerras, violência, que o ódio vence a razão, uma batalhas inglórias, de brios tolos, de justiça tola, que não reflete a história, o convívio com adversários, que de uma outra para outra, nos faz sorrir com suas derrotas, ou nos fazer sentir enormes em vitórias e feitos que o outro não tem e noutro dia, eles ficarão amuados.

A situação dos clubes, suas administrações, seus contratos, crescimento, ganhos e dividas, são escrutinados pelos torcedores, porque faz parte da rivalidade ser melhor ou maior em tudo, muitas vezes são também menores em tudo, mas são referências para o que fazer, ou não fazer.

Os craques históricos do Palmeiras, de suas academias históricas, feitos ou trazidos para suas formações, muitas vezes em oposição aos times operários e raçudos  do Corinthians, com um ou outro craque, mas que se equilibravam nos confrontos. Como também nas épocas de seca e estiagem, de bons times que não venceram por longos jejuns, de envergonhar as torcidas, mas o Derby sempre preservado como momentos únicos, campeonatos à parte, glórias nos momentos terríveis.

Os últimos 50 anos essa gangorra de altos e baixos, alternâncias entre os clubes, foi a tônica, por poucos instantes os dois tiveram elencos com o mesmo peso, até as conquistas são segmentadas, nos recortes de tempo e força de cada lado, não há períodos de supremacia por longo tempo. Ambos têm maravilhosas estádios, suas riquezas materiais e imateriais e a maior delas: As suas torcidas.

É essa a graça da rivalidade, na terça o palmeirense sorriu, fez piada, na quinta fomos nós, até na desgraça, nos solidarizamos.

Em homenagem aos amigos e amigas palmeirenses: Miguel NIcolelis, Martha Lossurdo, Leandro Sarcedo, Marcelo Masseli, Elizeu Soares Lopes, Lucia Lamberti, Luciano Rollo, Wiliiam Fagiolo, Andrea Trus entre outros e outras.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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