Há uma semana, o Presidente Lula e uma comitiva com mais 7 ministros foram a Roraima e verificaram no lugar uma das maiores tragédias do século XXI, no Brasil, a tragédia do povo Yanomami, um dos maiores grupos indígenas do país, que vivem em cerca de 200 comunidades em Roraima.
A terra Yanomami com suas ricas jazidas de ouro sempre foi cobiçada por garimpeiros, entre idas e vinda, expulsões e retorno, provocando sempre fome e miséria aos indígenas, nesses últimos 50 anos, tornando uma ameaça constante contra esse grupo étnico tão importante ao Brasil pela sua diversidade e rica cultura, conhecimento e fundamental para proteção e preservação da natureza.
A tragédia mostrada ao mundo, com a fundamental presença do Presidente Lula, teve seu início logo após o Golpe contra a ex-presidente Dilma, uma nova onda desenfreada de garimpeiros invadiu as terras Yanomamis, a partir de 2016 e 2017, reforçada em 2019, pela política genocida do governo Bolsonaro e seus ministros: Sergio Moro, Ricardo Salles e Damares Alves.
A longa reportagem do programa Fantástico, da Globo, é devastadora, assiste-se em lágrimas, diante de tanta barbaridade. É uma peça fundamental para se conhecer a ação criminosa dos garimpeiros e de quem os protegeu nesses últimos sete anos, partindo com Temer (o missivista) e aprofundado por Bolsonaro.
A situação irresponsável e de claro Genocídio é tão grave que até o General Heleno (GSI), em dezembro de 2021, sem autoridade e/ou competência para tanto, “autorizou” sete projetos para o garimpo de ouro na Amazônia. A decisão foi tomada em nome do Conselho de Defesa Nacional, e trata-se de medida inédita e absurda.
Por ação e omissão do governo Bolsonaro a tragédia se aprofundou, a decisão judicial da mais alta corte, no início de 2020 para expulsão dos garimpeiros, foi ignorada. Pior, houve prestação de informações falsas à justiça. A famosa frase de Salles na reunião ministerial de abril de 2020, que era preciso aproveitar a Pandemia e “passar a boiada”, era um claro indício do que seria executado.
Os mais de vinte pedidos por socorro e ajuda feitos pelas lideranças indígenas, foram ignorados por Damares, fechou os olhos para a situação de fome, doença, desnutrição e doenças pela contaminação dos rios e igarapés, com mercúrio usado pelos garimpeiros, com envenena e mata os peixes, a base alimentar dos Yanomamis.
As imagens dos Yanomamis, crianças, adultos e idosos, são chocantes, parecem que são de um campo de concentração nazista, mesmo assim são NEGADAS por Bolsonaro e seus seguidores, todos os dias criam fakenews, começando com o próprio Bolsonaro que primeiro dizia ser imagens falsas, depois que se tratava e venezuelanos fugidos do “comunismo”, o que era evidente mentira.
Bolsonaro, ex-presidente autoexilado na Flórida, passou a produzir uma nova série de mentiras, dizendo que seu governo foi o que mais deu atenção aos povos indígenas, são declarações ofensivas e alimentam a fantasia negacionista de seus seguidores fanáticos, que acreditam piamente no que escreve Bolsonaro nas suas redes sociais.
É preciso acabar de vez com o garimpo, recuperar os rios e igarapés, criar novas condições de vida e habitat saudável, que os próprios Yanomamis com sua imensa sabedoria possam viver em paz e harmonia com suas terras, livres de garimpos, mercúrio e ameaças violentas.
O Brasil pode dar exemplo ao mundo de como cuidar de sua soberania e das suas maiores riquezas: Seu povo e sua natureza.