O interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Capelli, deu uma declaração, hoje, 16 de janeiro, em que afirmou que uma linha de investigação sobre grupo de pessoas com muito conhecimento sobre os prédios da Praça dos Três Poderes, como também de tática militar e de defesa.
O que indica efetivamente que a “multidão” de idosos, idosas, outras mais jovens, casais com crianças, todos (as) radicalizados (as), foram usados (as) como distração, em parte, pois colaboraram com a destruição, mas foram instrumentalizados (as) por grupos bem treinados, preparados, para causar danos mais graves e com capacidade, no limite, de resistência, caso tivesse sucesso o levante.
Mas quem são esses “infiltrados?
Seriam eles militares de serviços reservados das FFAAs, agentes da ABIN ou de serviços secretos de Polícias estaduais? Ou agentes externos (CIA, FBI?). Teriam um planejamento mais específico e a ação de insuflar a horda selvagem serviria para esconder suas ações mais elaboradas e com plano político de poder?
Importante lembrar que nas Jornadas de junho de 2013, em São Paulo (acompanhei de perto), era nítido que havia uma ação coordenada, que agiu por dentro das primeiras manifestações, aparentemente convocadas pelo Movimento Passe Livre, que rapidamente, essas lideranças à esquerda, foram substituídas, por um grupo que levantou pela primeira vez as chamadas: Movimento sem Partido, Nossa Bandeira não será vermelha, etc.
Essa tática, aparentemente meio confusa, alguns “black blocs” para dar uma roupagem (na época) de esquerda, enquanto quem dirigia era um grupo com bem mais experiência e domínio sobre o que efetivamente estavam fazendo, inclusive a inclusão de pautas, não relacionadas aos 0,20: Hospitais ou Escolas Padrão Fifa, ou a defesa da PEC 37.
O que houve de 08 de janeiro de 2022 é uma etapa dessa guerra suja (híbrida?)? Quem comanda efetivamente esses grupos (sem a obviedade de que são bolsonaristas), é uma organização civil-militar extremista para além do bolsonarismo, pois parece que há algo mais profundo. Será que as autoridades chegarão a identificação dos líderes desss movimento (ou movimentos?)?
É preciso estudar com mais profundidade quem trabalha pela queda dos regimes democráticos no Brasil e no Mundo, não como uma teoria da conspiração, mas como método para compreender como trabalham, como se infiltram, como conseguem fazer prevalecer um discurso de ódio ao sistema, à Democracia e contras as instituições.
Levará tempo, mas tem que começar hoje, antes que seja tarde.