Depois loucura, vem o método.
Bolsonaro deu demonstração de força no dia 07 de setembro, não se pode subestimar o tamanho das manifestações, ao mesmo tempo, não se pode superestimar, é preciso certo equilíbrio, pois, hoje, essa força é mais limitada, reduzida sua dimensão nacional e é mais radicalizada, beira à seita, um fanatismo messiânico que é assustador.
Esses fatores, por si só, faz com que Bolsonaro se afaste do centro e inviabiliza uma opção de direita, que não seja ele mesmo, o que ajudará na construção política de uma alternativa de centro-esquerda e que se alie ao centro e até com franjas da Direita, não radical, assustado com o bolsonarismo e sua hora de selvagens.
As manifestações promovida por Bolsonaro, usando a máquina estatal e financiamento que deveria ser investigado com rigor, traz uma questão essencial: Dificilmente haverá impeachment, Bolsonaro, ainda tem energia e presença social e pressão política sobre o “Centrão”, o poder da caneta, mas se afastou dos partidos centristas, o que também pode ter enterrado à Terceira Via, pois deixou claro que vai polarizar à Direita, quase um plebiscito.
O trabalho da Esquerda é construir pontes, com habilidade, entendendo as alianças como essenciais para vencer, e tem demostrar que o Brasil precisa de novo rumo, voltar a sorrir, conquistar os setores médios e isolar as forças de extrema-direita.
Nesse sentido, a Resistência Militante teve como marco a manifestação no Anhagabau e em outras cidades, ali foi um ato de coragem, de compromisso com a democracia e o Estado de Direito. Diante de tantas ameaças, de quebra de ordem, de que a PM reforçaria o Bolsonaro, de que a Esquerda deveria se esconder, acoelhar.
Dentro da própria Esquerda, havia esse receio do que poderia acontecer, a fúria bolsonarista, as ameaças de fanfarrões contra a Esquerda. Entretanto, as guerreiras e os guerreiros militantes, não se dobraram ao MEDO. Quem foi ao Anhangabaú saiu vivo, fortalecido e de que vai enfrentar qualquer ameaça golpista, os arautos do medo, perderam.
Há vida, quando se luta, a democracia é um bem caro demais.
É tempo da política.