“Sem teoria revolucionária não pode haver também movimento revolucionário” (O que fazer? V.I. Lênin)
Em tempos cretinos não podemos ignorar os cretinos e as cretinices, eles são a maioria e suas ações são sempre sórdidas, portanto não se surpreenda com nada, nada mesmo.
Impossível fazer caras e bocas com lattes falsos, ou com Guedes dizendo que leu Keynes “no original”, ainda antes de ir aos EUA, ou Salles convocando para passar a boiada.
Eles venceram, podem e vão da pequenas mentiras para as enormes, tudo dentro do previsto, ninguém os questionará.
Olhar em retrospectiva sobre o que nós e os mais próximos fizemos em eventos decisivos não é para buscar culpados, ou apontar dedos para ninguém, todos fomos tragados pela farsa, mesmo os que se deram conta do abismo ante e durante, porém foram incompetentes em alertar aos demais, ou seja, pouco importa, aconteceu, paciência.
Hoje tudo parece óbvio, parece que todos concordam com o essencial, as forças antipolítica e antidemocracia foram capazes de ganhar corações e mentes, encher a Paulista ou Copacabana, Ondina, Aldeota, Savassi e tudo mais, eles sabiam porque estavam lá, em 2013 e depois, muitos de nós, não.
De certa forma continuamos como nos versos: “duas almas perdidas nadando num aquário”, por quanto tempo mais vamos “trocar os heróis por fantasmas”.
É uma sina estranha, pois a educação histórica de onde viemos, cada vez estudamos menos, cada vez compreendemos menos os fenômenos, então é mais fácil apenas negá-los ou aderir ao que se tem, uma rendição tola, por não vemos saídas.
Nosso destino coletivo se resumiu aos fados eleitorais, dado que é o máximo de rebeldia permitida (pior, aceita), ter candidaturas as mais adaptadas possíveis, nada que questione o sistema, ou possa criar um impasse ao que existe, um conformismo com o que se tem a priori.
É irônico que personagens, grupos, que estiveram no meio da histeria coletiva das jornadas, surfem uma onda própria sem que precisem dizer nada sobre os fatos, até mesmo sobre o amor ao lavajatismo. É uma grande sorte da pouca memória já os esquecemos, como também de boa parte dos isentões do textões declaratórios de uma “esquerda de verdade”.
É a vida!
Jogo que segue.