Foi histórica a conversa pública com o Padre Júlio Lancellotti, organizada pelo Grupo Prerrogativas, retransmitida pelos portais de mídia independente, como Brasil 247, DCM (Diário do Centro do Mundo), GGN (Portal do Luís Nassif) e Revista Forum, entre outros.
Marco Aurélio Carvalho, Gabriela Araújo, Fabiano Silva, do Grupo Prerrogativas, e a convidada especial, Ana Amélia Camargos, da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, foram coadjuvantes de uma quase aula magna de Direitos humanos, cidadania e de apelo humanitário, feita com inspiração/emoção, proferida pelo Padre Júlio.
O que parecia ser um ato de desagravo, de solidariedade aos ataques e ameaças reiteradas que sofre o Padre Júlio, por exemplo, nessa última semana um obscuro deputado de extrema-direita o chamou “cafetão da miséria”. O padre é uma das figuras mais aguerridas e defensor da pautas mais difíceis, como o cuidado do povo em situação de rua, os mais excluídos e vulneráveis de São Paulo, tão rica e tão injusta.
Padre Júlio nos impôs uma profunda reflexão sobre nossas práticas humanas e de vida, valores e responsabilidades políticas.
O Padre Júlio propôs que usemos nossas inteligências a favor dos excluídos, dos ameaçados de perder o pouco que têm, muitos nada têm. Ele não disse que se saía do sofá de nossas casas, ou da poltrona dos nossos escritórios, e que ponha a sandália/sapato na lama.
Alguns de nós faz isso, por identidade e porque é preciso ir e enfrentar situações extremas, conflitos em becos de comunidades, ou na Cracolândia, nem todos podem, e nem devem ir.
Entretanto, o pedido do Padre Júlio, especialmente para a advocacia e para suas entidades representativas, como OAB, Sindicato dos Advogados, institutos, grupos da advocacia, como o Prerrogativas, é para que use a capacidade de indignação para agir em defesa da causa que ele se dedica a vida toda.
O alerta dele é que vivemos duas crises combinadas; a de Urgência Sanitária e a de Emergência Humanitária, agravadas pela Pandemia e por governos que fecham os olhos para a miséria e para os mais pobres, os mais oprimidos.
A denúncia de que as reintegrações de posse, os despejos, ainda que haja recomendação do STF para que não aconteçam, não encontra eco na justiça paulista, que continua determinado essas ordens, o que piora as condições de sobrevivência humana, sem que o poder público ofereça qualquer alternativa para acolhimento de famílias, crianças, idosos, doentes e desempregados.
É preciso agir, o juramento do exercício da advocacia coloca em relevo a defesa dos Direitos Humanos, é, portanto, obrigação de nossas entidades o cumprimento dessa missão/dever, é esse o apelo do Padre Júlio.
Nessa conversa, Padre Júlio nos pede por pequenas e múltiplas ações, constantes, que ajudam diretamente às necessidades mais elementares, como o acesso à água potável, aos banheiros, sem esquecer da comida e dignidade uma renda cidadã.
Portanto, a bola está conosco, não apenas ouvir e aplaudir esse grande homem, mas nos doar, em pequenas questões, que possamos influenciar nossas entidades e organizações para mudar o estado de coisas.
É isso, ou a barbárie.