100º Dia e contando…

Há flores na aridez, nos lugares mais improváveis

“I try to laugh about it
Cover it all up with lies
I try to laugh about it
Hiding the tears in my eyes
‘Cause boys don’t cry
(Boys don’t cry – The Cure)

A dor causa confusão, a cabeça confusa, é incerta, imprecisa, não consegue lidar com o vazio da alma.

Então, cá estamos para falar, de novo, sobre essa dor infindável, é meio tolo, aqui, escrever algo azedo, que não será positivo para ninguém, muitas vezes nem para mim. Sei que não é da conta de vocês, o sofrer, diz respeito a nós mesmo, nem adianta repetir sobre vários sentimentos que perpassam nessas palavras, nesses escritos completamente nauseantes.

Daquele instante, 13:40, 18.11.2018, um domingo, tudo perdeu sentido.

Por primeiro, a mente contava segundos, minutos, horas, dias. Para depois, passar a observar as semanas, os dias cheios: 7, 10, 20, 30, mês, 50 dias, dois meses, três, a quantidade de domingos, 100 dias. O quanto é difícil deitar na cama, com receio de dormir e mais medo de acordar, pois, levantar passa a ser um desafio incomum, nada edificante constatar o óbvio.

As tarefas, os trabalhos, são vividos com “sofrência”, a insegurança de que nenhuma inteligência restou, a lógica se perdeu, porque não há nada que faça sentido ou tenha lógica, simplesmente, perda.

Uma simples ação, a menor que seja, parece uma barreira transposta, uma vitória, como se fosse uma batalha de Stalingrado, uma guerra interna a ser vencida, um dia conquistaremos Berlim. É porque é assim, por quanto será, não se tem nenhuma certeza, nosso ritmo é outro, nem se sabe como retoma alguma normalidade, se é que isso exista ou faça sentido.

A felicidade virou palavrão, quase uma pornografia, nesse vocabulário que se tornou a vida. O estranho cansaço, as dores estúpidas em dedos, testam os reflexos, humilham nossos atos e desejos. Nada é exato.

Sentir o nada ao abraçar, aquela que já não existe, transformada em pó, porque dele viemos, não bíblico, muito mais grego, pagão. Então, penso em dizer, a cada um, não tenha medo em dizer que ama, nossas mensagens terminava: Te amo, filha. Incontinente, ela respondia: Te amo, mais que tudo. Era jeito de me agradar, que preenchia os meus vazios.

Algo que possa prestar nisso tudo, é repetir que tem amor, declarar a quem está ao seu lado, companheiras e companheiros, filhos, pais, amigas e amigos. A força do gesto, nos torna melhores, nos redime, quem não ama alguém, ou algo, simplesmente não existe. A inteligência humana é sentimento, na maioria das vezes de ódio, segure forte, quando é de amor.

Sigamos, ou não, nessa desaventura em série.

 Save as PDF

Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

Deixe uma resposta