Esta época de final de ano, em regra, os filmes na TV (aberta ou à cabo) em destaques são sobre o Natal, a programação vai decaindo, então tenho que apelas para os canais de filmes alugados, mas também sem grandes opções, talvez porque já tenha visto quase todos. Até que achei “Trem Noturno para Lisboa” (Night Train to Lisbon), de 2013, além do título, o que me chamou a atenção foi o diretor, o dinamarquês Bille August, resolvi assistir.
O filme é sobre viagem, não uma viagem qualquer ou um passeio turístico em Lisboa, mas a viagem de autoconhecimento de um professor, Raimund Gregorius (Jeremy Irons), um metódico e pacato cidadão suíço, que salva uma moça que pretendia se matar no caminho da escola. A moça deixa seu casaco com ele, dentro havia um livro e uma passagem para Lisboa. Raimundo rompe sua rotina e resolve embarcar naquele dia para o desconhecido.
O livro era uma autobiografia de um jovem médico português, Amadeu do Prado (Jack Huston), contando sua vida, em especial os anos finais da Ditadura de Salazar e sobre a resistência portuguesa. Raimund fica fascinado pela história e resolve que terá que conhecer os personagens daquele intenso livro, mesmo sem saber se ainda estão vivos, ou não. Todo aquele ambiente revolucionário é uma ruptura à pacata vida, chata, em que vive Raimund.
O professor vai trilhar o percurso de Amadeu do Prado, de seus amigos companheiros de resistência, João Eça (Tom Courtenay) e Jorge (August Diehl), claro, da belíssima Estefânia (Mélanie Laurent), a “memória” da célula revolucionária. Amadeu e Jorge, mesmo de origens absolutamente distintas se tornam os melhores amigos na faculdade conservadora, amizade que se estenderá para além daquele período, que só encontrará em Estefânia, a dura prova dela.
As imagens de Lisboa são maravilhosas, suas ruas e seus becos estreitos, contando como pano de fundo os flashes sobre o passado da luta dos portugueses contra a ditadura de Salazar, um momento único e histórico, através de um romance. O presente que quer reconstruir as pontes com o passado e dá uma nova conotação, mais íntima e pessoal à aquela história.
Um ótimo filme, com grande atuação de Jeremy Irons, uma direção sensível e segura de Bille August, uma bela surpresa neste Natal. Vale muito a pena.
Vi noutro dia. Lisboa brilha!
Vi um dia desses por indicação da @marinildac, amei!
eu qdo assisti adorei tb. assista ” o tempero da vida”.