28 de novembro de 2025

1 thought on “1186: São Paulo, o Mar virou Sertão.

  1. “… os mais velhos falavam em dilúvio, castigo de Deus aos pecadores. Senti-me culpado, por também ser pe(s)cador.”
    Não tenho a honra de ser Nordestina, mas vivi infância, adolescência, Juventude e dali por diante sonhando que um dia Deus iluminaria a mentalidade superior da Nação e se faria rolar água pelo Nordeste, modificando a vida daquele povo que eu amava sem saber como nem porquê, além da cumplicidade na secura, além da dor da seca, da fome, do cabresto dos coronéis, além dos filmes de Walter Salles e tantos outros, além daquela música que igual não há no mundo inteiro, senão pelos lados do Oriente, da Índia, onde a escala musical vai além de do-ré-mi-fa-sol-la-si.
    Passei décadas com esse sonho: um dia esse sertão verá um rio, um dia esse sertão vira mar…
    E já está virando… porque os sonhos dos inocentes puros e bestas são sonhados no próprio Céu.

    Isto aqui atormentava minha alma: “A expulsão dos pequenos agricultores para Fortaleza ou para São Paulo alimentava o latifúndio, seus pequenos pedaços de terras eram incorporados aos grandes latifundiários, tornando ainda mais injusto o preço da dor e fome que os atingia.”
    E eu sonhava, rezava e pedia. Vai Deus, põe água no Nordeste…

    Em contraponto como tu tão magnificamente, tão cheio de alma escreveu: “em São Paulo a chuva lembrava alagamentos, transtorno urbano, atraso de compromissos, congestionamentos, jamais está ligada à vida, ao sabor da água, pois não valorizamos o líquido vital da nossa existência.”

    E olha no que deu…”a triste situação, “o mar virou sertão”, cumprindo a profecia dos poetas e profetas.”

    Bate na boca, dizia minha tia-avó benzedeira quando falávamos bobagens… Por isso. Porque tudo tem um retorno, mais dia, menos dia, o mundo gira, o deus Mu dança e a gente dança com ele. A vida, ou a morte.

    Arnóbio. Muto obrigada por ancorar com tuas sábias e belas palavras minhas memórias vívidas de gente do Sul.

Deixe uma resposta