Aprendi, nestes quase três anos de blog, que nossa função é recolher histórias e, quando inspirados, passar para este espaço. No meu caso, de início, os textos eram pré-concebidos, antigos recortes e apontamentos, tinha uns 30 livros que havia fichado, o que me garantiria posts por um tempo, principalmente porque escrevia no máximo 4 ou 5 resenhas mensais, o blog era um pequeno escape da vida cotidiano, não passava de uma mera brincadeira, ou melhor, um pequeno desafio de escrever alguma coisa.
Com o tempo fui pegando o gosto, os temas foram crescendo, os vários formatos do layout do blog foram dando a cara dele, os textos que não passavam de 5 mensais, um por semana, começaram a brotar para 2 semanais, o esforço se tornou maior, era preciso aprimorar a técnica, enxugar os exageros e dar uma personalidade mais definitiva. Quando o blog passou a ter um rosto mais claro, veio a doença da Lelê, com ela as dores e tortura da alma, este espaço passou a ser meu maior confessionário. A atividade se expandiu, pois a ter uma coisa que nunca tinha tido na vida: O Sentido de Urgência.
Desde então, escrever virou uma espécie de ato natural da vida, como comer, beber, dormir. Passei a colher mais história, a olhar a “cena”, a olhar a vida e pensar como aquele fato pode se transformar em texto. As memórias, os causos, o mergulho no passado, na família, tudo que estivesse ao meu alcance, para ser traduzido em pequenos textos. Os filmes, as músicas. Uma série de coisas que antes pareciam banais ganhou outra abordagem, as palavras, as letras, vão se enquadrando no cérebro, numa infinidade de saídas, que viram artigos, possibilidades e confissões.
O mais engraçado é que jamais imaginei que poderia escrever tanto, mesmo em assuntos que tenho certo domínio, ou atá naqueles em que não passo de um neófito. A curiosidade ficou mais aguçada, por exemplo, a série sobre a Crise 2.0, entrou nos temas do blog por mero acaso, estava ouvindo umas críticas do Joelmir Beting e pensei “como fala bobagem esta direita”. Mas, depois intui, ok, eles falam e escrevem “bobagens” e nós, nem uma coisa nem outra. Cheguei ao PC e fiz uma resenha geral de Economia Mundial, sem descer ao concreto, bem… Vocês sabem o quanto cresceu aquele pequeno pensamento. Continuo achando que fazemos muito pouco, somos poucos e pensamos de forma limitada, esta é que a verdade, Joelmir, Ming, Delfim e outros, sim, têm muito a dizer, vivem para isto.
O caminho é este, me faz bem publicar, sinto-me útil no que faço, espero compartilhar mais com os amigos que aqui frequenta, com olhar mais atento e sempre procurar escrever melhor.
Adoro todos os textos ,E escreves muito bem aproveitando a deixa leia , isto.http://revistaforum.com.br/blogdorovai/2012/09/09/uma-carta-aberta-a-fhc-que-merece-ir-para-os-livros-de-historia Obrigado