Crônicas do Japão I: A viagem (Post 74 – 28/2011)

(Monte Fuji – ou como dizem Fuji San )

Vou publicar algumas memórias sobre os meses que morei no Japão, entre Junho e Novembro de 1996, se não tiver preguiça vou “scanear” fotos dos lugares, tenho cerca de 700 fotos, naquela época ainda não existia máquina digital, mas fundamentalmente vou falar das minhas impressões sobre a terra do sol nascente. Incentivado pela minha amiga Cilmara Bedaque, que se diz completamente apaixonado pelo Japão e que noutra encarnação nasceu samurai, resolvi começar aos poucos estas crônicas. Texto inicial é como é que fui parar no Japão

A viagem

 


(Tori de Miyajima – vizinho a Hiroshima – lindo demais)

Era uma brincadeira de escritório, por volta do inicio de maio de 1996, quem queria ir passar uma temporada no Japão? Eu tinha acabado de chegar ao trabalho e, logo, disse claro que eu iria afinal com quase 7 anos de trabalho numa empresa japonesa tinha muita curiosidades de lá, além do que a convivência com a cultura nipônica acabamos por incorporar algo deles, algumas palavras(palavrões né?), gosto pela rica cozinha japonesa, até valores de vida e trabalho .

Meu amigo Renato, pega liga para o nosso chefe e diz que eu topava a ida ao Japão, na hora achei que ele estivesse fingindo falar ao fone. Meia hora depois o chefe me liga e pergunta: “Você quer mesmo ir ao treinamento no Japão?” – gelei, mas respondi que sim.

Um mês depois, eles tinham providenciado passaporte, visto japonês, passagens, um curso básico de sobrevivência de japonês. Numa sexta em 15 de Junho estava espantado entrando num avião da Varig rumo a Los Angeles e de lá para Narita, Aeroporto Internacional de Tóquio. 24 horas de uma longa viagem, cheio de dúvidas e medos.

(Narita Aeroporto – 66 km de Tókio)

O primeiro impacto ao desembarcar em Narita é a grandiosidade do Aeroporto, as longas filas da imigração, as perguntas são no inglês bem japonês, ou seja, você não entende quase nada, exceto as perguntas de praxe sobre: drogas, comidas, bebidas e surpresa… Material pornográfico, proibido, por exemplo, de entrar com uma “inocente” Playboy que tenha nu frontal, lá o nu tem um “tapa-sexo”, chamado “Mosaic”, inclusive em filmes pornôs.

As linhas de trem e metrô que servem aos usuários chegam ao aeroporto, como estávamos com muita bagagem pegamos um taxi, todos Toyota corolla,  automático novos, o motorista de paletó, gravata e luva. Apesar do aeroporto ficar a mais ou menos 45 km de Kashiwa, na província de Chiba, pegamos umas duas autopistas com 3 pedágios. Incríveis 200 dólares o preço da corrida de taxi. É a senha pra saber logo de cara que se trata de um país muito caro.

(Linhas de trens (JR – Japan Rail) Aeroporto de Narita)

Chegamos num domingo umas 13 horas no aeroporto, até entrarmos no hotel era por volta das 17 horas, fome, cansaço e muita curiosidade. Outra coisa estranha, não era comum no Brasil em 1996, todo comércio aberto, facilitou de alguma maneira a saída para conhecer a área que iríamos habitar nos próximo seis meses. Dormi nem pensar, pois estávamos com o fuso do Brasil, tínhamos que esperar ficar tarde e tentar dormir e se adaptar o mais rápido possível, pois na segunda já teríamos trabalho e as “boas” vindas.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

0 thoughts on “Crônicas do Japão I: A viagem (Post 74 – 28/2011)

  1. Arnóbio, estou aqui encantada com a sua história e louca para que vc poste mais. Em primeiro lugar, louvável a sua coragem. Se fosse comigo, na hora em que eu gelasse, já teria desistido.Deve ser uma barra ir para lá sem o domínio do idioma. Afinal, vc,morando lá, aprendeu bem o japonês?Se não for pedir muito,por favor, escreva um pouco sobre o povo e a cultura de lá, pois do Japão eu quase nada sei.
    Beijos e obrigada pela chance de poder “viajar” um pouco pra lá por meio deste blog.

  2. Meu querido irmão como você é valente…escreva mais, só assim essa sua irmã medrosa mata a curiosidade, já que não tem coragem nem de dá uma fugidinha até Sampa.rsrsrsrsr.bj

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