A história se repete como farsa, é a conclusão que mais uma vez chegamos, com este retorno de Berlusconi, nada mais humilhante à política do que esta volta, a desmoralização da Troika e de seu sátrapa, o ex-goldman sachs, Monti, aquele que não é Belo. Aqui, na série sobre a Crise 2.0, comemoramos a queda de Berlusconi, defenestrado por Merkel ano passado, caiu de tão podre.
A opção da Troika foi nomear um burocrata ligado aos banqueiros, Mario Monti, uma solução esdrúxula, sem processo democrático o congresso indicou de forma biônica, sem aprovação das urnas o salvador imposto pela Alemanha, um completo fracasso, a falência do sistema político italiano ficou evidente. Ainda em janeiro deste ano escrevi o post Crise 2.0: Os Sátrapas, que falo desta humilhação da Itália e Grécia, que receberam Monti e PapaDEMos, sem eleição ou debate na sociedade, ambos apenas cumpririam o que determinasse a Troika, sem compromissos com seus países, vejam o documentário no post (Crise 2.0: Catastroika – Austeridade Desnudada).
Assim defini o burocrata, o sátrapa modern0: “Causa-me espécie toda vez que vejo Mario Monti, que não é belo, na TV ou jornais, falando aos italianos sobre as medidas que o país tem que tomar para enfrentar a crise, ele se ajusta exatamente ao antigo Sátrapa, que administra a colônia conquistada e fala a ela o que o centro do poder quer e quais as necessidades para que se alinhem com quem MANDA.
Hoje, na padaria, vi o Sr Monti, que não é belo, com uma série de gráficos sobre a economia italiana, o epíteto “tecnocrata”, além de lhe cair como uma luva, é usada por ele para demonstrar uma profundidade, que desconfio que ele não tenha. Ali tentando demonstrar que nestes três meses o que ele conseguiu, os “avanços”, os planos que ainda estão em preparação. Mas vem o comentário fatal: “Monti, se prepara para se reunir com Sarkozy e lhe mostrar o que já foi feito”. Desoladamente lembrei que Monti, que não é belo, não passa de um Sátrapa, de tão desimportante, nem a chefe-mor do novo imperium, Her Merkel, lhe ouvira, passa a tarefa para o número dois, seu ajudante em ordens, Sarkozy, É o fim da Itália? Não sobrou nada da honra romana? Para terminar o apelo patético de pedido de apoio feito por Giorgio Napolitano, Presidente do país, dirigente da antiga “esquerda” italiana:
“A situação continua grave. A confiança pode ser anulada por interrogantes angustiosos que podem induzir ao pessimismo. É difícil reconquistar a credibilidade depois de tantos problemas. Mas por isso, o esforço do ajuste fiscal deve ser conduzido com rigor e os frutos chegarão”. (grifo meu)
É o triste fim de uma nação submissa, sem patriotas, sem poder, aceita o que lhe impõem quase como um castigo, por seus pecados”.
Menos de um ano depois, temos que volta a conviver com a imagem do bufão fascista, Berlusconi, com sua mídia, esculhambando o fracassado Monti, desdenhando de seu pífio governo. Todas as críticas feitas são verdadeiras, mas vem de uma boca suja, não apropriada. É isto que se tornou a Itália, um país sem política, esta, foi “morta”, pela ação moralista do “Mãos Limpas”, que no afã de expurgar a máfia e corrupção, juntou e igualou tudo e todos, esquerda e direita, preparou o caminho, não para um golpe de estado, mas para um série de governos burlescos dominados pelos neofascistas controladores da mídia canalha.
A vinda de Monti, imposto pela Troika, reforçou ainda mais este desalento com a política, da desvalorização da democracia, combinado com uma crise econômica feroz, que joga a Itália num limbo, ex-grande, agora ameaçada pela pobreza, desemprego, sub-emprego, aumento da corrupção e mais poder da máfia, um desastre completo nestes últimos 20 anos. As próximas eleições com a renúncia ou não de Monti, apontam mais uma vez para vitória de Berlusconi, mesmo que não tenha maioria será a força maior do falido sistema italiano.
Uma reflexão se impõe, o caminho da judicialização da política, feita na Itália, com amplos poderes aos juízes e promotores, na tentativa de purificar a política, se mostrou um fracasso, levou à “morte” da política, teve como herdeiro do processo, um bufão midiático, sem ética, sem modos, corrupto e dado aos mais escandalosos bacanais, suas empresas amplamente beneficiadas com leis aprovadas no decadente parlamento.
A pergunta é clara: Será que é este o caminho que se aponta no Brasil, com a sanha moralista de mídia(oposição) e STF?