Arnobio Rocha Política Fanatismo Religioso, Política e Civilização!

2175: Fanatismo Religioso, Política e Civilização!


Ponto de Virada, um novo velho mundo de guerras por territórios, política e religião.

Assistindo ao documentário “Ponto de Virada – 11/9 e a Guerra contra o Terror” (Netflix), sobre os elementos que levaram ao 11 de Setembro e a posterior “guerra ao Terror”, tem uma questão de fundo, bem mais complexa do que a máquina de matar, a questão religiosa, como ela se cruza e afirma na negação dos Impérios (EUA e URSS), mas também no combate à Civilização.

Pesquisa no Brasil, em 2022, indica que 56% dos eleitores diz que “Política e Valores Religiosos devem andar juntos”. Para 60%, na pesquisa,  “pensa que defender valores familiares é mais importante do que economia”. São números assustadores, revelam um caminho perigoso para Democracia, pluralidade e liberdades humanas.

Voltemos ao documentário que traz as imagens, os depoimentos e a reconstrução de uma época que ajudou a mudar o mundo, na virada do milênio, criando a maior incerteza, inclusive, do que na “Guerra Fria”, o “Medo” trabalhado como Ideologia, como alimento de Guerra, de subtração de Liberdades e valores civilizatórios, os radicais do império americano e os fanáticos que usam as religiões como amálgama de sues planos..

O documentário, corretamente, traz como evento inicial, o ponto de partida que levará ao 11 de setembro de 2001, a invasão soviética ao Afeganistão, no fim de 1979, seguida da reação dos EUA e de como os EUA financiaram os sete grupos políticos e religiosos afegãos para combater as tropas soviéticas.

O custo, na época, 1 bilhão de dólares, partilhados por esses grupos, em armas, treinamentos e logística. A Coalizão não era analisada sob o que defendiam politicamente e nem a fusão de ideologia religiosa radical, apenas que eles lutariam contra os soviéticos.

Em determinado momento, parte da inteligência dos EUA, começou perceber o risco daquela ideologia religiosa, com armas e dinheiro poderia fazer, mas a derrota soviética vinha em primeiro plano.

Deu no que deu.

Esse panorama, que misturou de forma clara, Política e Religião, que em parte tinha se separado, no capitalismo, no conceito ocidental de Democracia e Estado Laico, foi retomado de forma global, com os eventos do Afeganistão, e depois de 2001, generalizado no mundo.

O que me faz trazer algumas provocações e indagações sobre o Brasil e novo obscurantismo talibã, de Bolsonaro e as seitas evangélicas que o acolhem e tem o tal lema “Deus acima de todos” :

1. Os setores evangélicos radicais estão formando grupos similares aos Talibãs no Brasil?

2. A presença deles no governo, no parlamento, no STF, não jogará o Brasil num processo Anticivilazatório, tão destrutivo quanto no Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria, Ucrânia?

3. A ideologia, o obscurantismo, o ódio às mulheres, à diversidade sexual, os ataques aos grupos religiosos de origem afro, uma tensão entre os próprios cristãos, com o aumento de suas forças para onde levará o Brasil?

4. Tem ponto de retorno, a simples derrota de Bolsonaro e do Bolsonarismo farão retroagir?

5. Alguém, alguma candidatura presidencial quer debater essa realidade explosiva? Haverá debate sobre essa ameaça?

Eis os pontos cruciais para civilização no início desse novo milênio. As torres gêmeas caíram no Brasil?

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