2289: Café


Foto dos grãos do Café Bastião, do meu amigo Rodrigo Servulo, um excelente café.

O gosto de café vem primeiro ao cérebro, muito antes de sentir na boca o sabor mais intrigante de todos, o olfato é anterior ao gosto, justamente pelo perfume que se espalha no ambiente, alguns dizem que esse aroma é superior até mesmo ao de tomar, provar do que é o café.

A bebida é a uma das mais populares do mundo, faz parte da cultura brasileira, o desjejum, seja com ou sem café, se diz: Vou tomar o “Café da manhã”, é uma senha, uma magia de acordar, principalmente com o cheiro no ar, me faz lembrar dos primeiros passos conscientes da minha vida de criança.

O café é uma maneira perfeita de socializar, partilhar novidades, notícias, fofocas, conhecer amores ou manter os amores, pelo simples prazer de que vamos tomar “nosso café”, na manhã, depois do almoço, ou no meio da tarde, é a circunstância propícia para conversar, sem preocupações, ou contar coisas da vida, da política ou apenas futilidades, o que importa é o café, a desculpa de tomar, sorver, saborear.

Claro que há glamour, gourmet, modismo, cafés especiais, sabores e paladares mais apurados, as preferências e tipos, mas o que é mais importante é compartilhar o momento, isso supera os maneirismos, ou algum tipo de frescura maior, particularmente, prefiro o café de coador, como me lembra a D. Argentina, mãe de Ecila, o “café de verdade”, pelo menos para nós, velhos comunistas, é.

Tomei café em tantos lugares do Brasil, cidades, estados, especialmente em São Paulo e na melhor coisa que há na cidade, as padarias, das mais simples às sofisticadas, o café é que conduz o prazer, tomar a média, o pingado, o pão na chapa, o que torna a cidade imbatível, pelo menos por onde fui e provei, nada supera.

O café é tão bom, que mesmo no Japão, que tinha variedades impensáveis, era servido gelado ou quente (alguns punham gelo), mas “fraquinho” que se enxergava o fundo da xícara, prontamente andava com sachés para escurecer e dar mais gosto,

Lembro de meu pai, que já aposentado morando na fazenda, tomava café às 5, depois às 8, um outro após ao almoço, umas 11:30. De tarde tinha o café pelas 15, para acabar bem o dia, um novo café para “dormir”, uma 21 horas. Eram dias de alegria, sempre com café e muitas histórias do velho Pedro, que ao chegar alguém, oferecia água e café, uma marca.

Bom café para nós, dos mais variados tipos.

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One thought on “2289: Café”

  1. Me fez lembrar Crateús-Ce , final dos anos 70, na rua Zacarias Carlos de Melo , lugar a onde nasci .

    Aqule cheiro de café sendo torrado por minha vó no fogão a lenha em panela de ferro.
    Depois de torrado eu quem moia os grão…

    Todas às tardes, por volta15h horas, era sagrado, minha vó reunia as vizinhas para tomar aquele café ☕ , como muita conversa boa e fofocas, rsrs.
    Boas lembranças.

    Muito massa o texto.

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