Arnobio Rocha Filmes&Músicas Choque e Pavor – A Verdade Importa

Choque e Pavor – A Verdade Importa


A mídia como garantidora de uma mentira colossal.

 

As férias forenses permitem que assistamos filmes programados, séries, lê livros encalhados, mas de vez em quando aparecem surpresas na madrugada, como o filme “Choque e Pavor – A Verdade Importa” (Shock and Awe), em cartaz no Now e Telecine. O excelente elenco (James Marsden, Jessica Biel, Luke Tennie, Milla Jovovich, Richard Schiff, Rob Reiner, Tommy Lee Jones, Woody Harrelson)  já anima assistir, mas descobri um grande filme.

A importância do jornalismo investigativo, no meio da paranoia após 11 de setembro, a grande mídia virou a fiadora de uma mentira colossal e serviu de fonte para divulgação de todas as mentiras governamentais, sem crítica alguma, aceitava tudo como verdade e isso pôs em xeque a Democracia.

De certa forma lembra o comportamento da mídia brasileira com a famigerada “Lava jato”, os interesses comerciais coincidiam com os dos justiceiros de Curitiba. Vamos ao filme e sua localização na história.

Depois da fracassada Operação “Tempestade no Deserto”, a primeira guerra do Iraque, em 1991, os EUA voltaram à carga, após o 11 de setembro, com uma nova operação “Choque e Pavor”, que, em tese, levaria a democracia e a liberdade ao Iraque, sem Saddam Hussein.

A construção da mentira da desculpa de que o Iraque, Saddam, era o financiador de Bin Laden, era frágil demais, então veio o plano B, “armas de destruição em massa”.

A mentira era mais absurda que a primeira, mas era importante destruir o Iraque, pois cassar Bin Laden, seria rápido demais, não vingaria o sangue derramado nos EUA no 11 de setembro, muito menos daria lucro suficiente à indústria armamentista, nem alimentaria as forças de segurança, humilhadas por um príncipe maluco, Bin Laden, ex-aliado do EUA, que comandava um grupo quase medieval, os Talibãs.

O mentor dessa grande mentira foi Donald Rumsfeld (o idiota criado por Dick Cheney, o mais poderoso vice-presidente dos EUA), numa entrevista coletiva no Pentágono, pouco antes da segunda guerra ao Iraque um jornalista faz a seguinte pergunta:

Existem Provas que indiquem que o Iraque tentou ou está disposto a fornecer aos terroristas “armas de destruição em massa”?

A resposta é absolutamente inusitada:

“Os relatórios que informam que algo não aconteceu me interessam muito, porque, como sabemos, existe o conhecimento conhecido, coisas que conhecidamente sabemos, e sabemos que há coisas desconhecidas, que sabemos que existem, mas desconhecemos. Mas há as coisas totalmente desconhecidas, que não sabemos que desconhecemos.”

Entenderam? As frases em inglês são ainda mais interessantes pois conhecer/saber usadas com o mesmo verbo.

É uma construção sofista, mentirosa, das mais ardilosas. Sem a mídia amiga, jamais o governo dos EUA levaria em frente a grande mentira. O filme trata exatamente de um pequeno grupo que se manteve crítico e resistente ao embuste da “guerra ao terror”.

Adivinhem quem votou a favor da guerra mentirosa ao Iraque? Joe Biden, Hillary Clinton, um grupo de Democratas garantiram o massacre. A mídia dos EUA e do Brasil têm em comum, a defesa dos interesses do Mercado, a Democracia é mero de detalhe acidental.

Vale muito ver o filme, mesmo sabendo o que conhecemos, ainda não sabemos de tudo o que conhecemos, os detalhes sórdidos, e que alguns poucos resistiram.

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