1699: Absorto


Praça das Flores, em Fortaleza

“Vida, vento, vela me leva daqui” (Mucuripe)

Absorto,

Em viagens pelas fronteiras do cérebro, da parca inteligência, perdido no tempo e no espaço, entre acordes de velhas e imortais canções, de noss ancentrais dinossauros do rock.

Dali nada encontro, nem deveria.

Apenas o vento que eventualmente sopra e refresca, nessa praça, num dia qualquer da vida e existência, nos últimos dias na cidade perdida, não a de Fustel de Coulanges, mas a minha.

As músicas numa sequência aleatória de Wish You Were Here, emenda em Stairway to Heaven, uma deliciosa coincidência de um dia quente em que me refugio em qualquer sombra na irritante falta de verde em Fortaleza, típica “arte” dos coronéis brutos que a dominam por séculos a fio.

Tudo parece perto e longe, numa insensante luta de ideias, dores e divagações, de um domingo quente, cujo sol queima e frita a moleira de nossas cabeças, impiedoso com os mortais e seus carrões, a ostentação brega e rude, poluíndo o ambiente.

Em volta, poucos andam, caminhadas solitárias, o que explica a falta de espaços próprios, o desprezo pelo coletivo, saúde e vida, se concretiza no abandono da praça.

Completamente indiferente a tudoe todos, a cabeça trabalha, as letras caem no teclado do celular, nesses curto tempo de abstração, total distância, numa jornada incerta de reflexão, apenas mais uma que se perderá no meio de quase duas milhares.

O vento acorda ou seria o almoço? A tarde virá em mais um domingo sem glória.

É a vida!

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