Arnobio Rocha Reflexões O Tempo Presente e as incertezas sobre o ….Passado!

O Tempo Presente e as incertezas sobre o ….Passado!


O passado é um relógio parado em algum lugar, funcionou bem lá.

“I think I might be sinkin’
Throw me a line, if I reach it in time
Meet you up there where the path
runs straight and high”
(Going to California – Led Zeppelin)

O tempo muda a si e aos outros, portanto aquilo que era comum e partilhado, sonhado juntos, hoje pode não ser mais, ou ter outra intensidade. O que é normal com a dinâmica da vida e a distância temporal, o que não poderia nos assustar, nem nos decepcionar (é nota mental).

As redes sociais não têm condão (nem o direito) de restabelecer o que ficou para trás, no máximo ajudam a reaproximar os que se distanciaram pelo tempo e espaço. Entretanto, jamais tornarão igual, em particular as relações que não passavam de conveniência daquele instante de nossas vidas, circunstâncias episódicas, ou de atuações políticas, culturais e mesmo envolvimentos sentimentais, sexuais.

As maravilhosas e/ou dolorosas experiências pretéritas deveriam ter me ensinado, de alguma forma, de que o passado fica guardado lá como um ótimo momento bem vivido.

É Perseverar, sempre. Mesmo quando achamos que NADA dará certo, não sabemos se dará. É, também. uma forma de encarar a vida e as lutas que abraçamos.

Cada um de nós trata seu luto, suas aflições, ou sua não aceitação dos fados da vida, da melhor forma que entenda, que lhe permita sair do buraco, ou se afundar mais, não cabendo a mim, ou a ninguém, criar regras, é melhor dizer nada, pois nada adiantará falar para quem está atormentado por ver fantasma em trasluz. 

A princípio a vida proverá a cura dos males, ou assim se espera, pois, nenhuma ferida se abriria para sempre, nem as famosas chagas foram eternas, haverá o tempo do basta e algo novo surgirá, ou não. Talvez não acreditamos mais na vida, o que é uma saída.

Nesse sentido, penso que, a complexidade da dor e da doçura, do prazer de lutar por algo que nos liberte de qualquer mal, deveria ser o guia, o Norte, de olhar para frente e seguir, como forma de superação, sem cair na tentação da mulher de Lot ou de Orfeu.

As questões parecem abstratas, distantes, filosóficas, entrementes, podem ser concretas, se pensarmos na recente queda política do Brasil, ou das suas variadas quedas, uma a uma, desde 2013, tão recente. A onda crescente do caos, o retorno a um passado, que não foi enterrado, assusta, até as cabeças mais lúcidas se perdem, no turbilhão de sentimentos francamente negativos.

Essa situação afetou fortemente a todos, não apenas na política, mais ainda nas relações pessoais, ninguém é mais confiável, aumentamos o nível da cobrança, inflexíveis, como se o maniqueísmo elementar, separaria bons e maus, sem mediação do que vivemos nesse momento contraditório, conflituoso, indigno e incerto.

As rupturas são violentas, qualquer olhar diferente ou uma palavra mal colocada, somos #Cancelados.

E a vida segue, ou não.

 

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