Arnobio Rocha Diário de Redenção 16º Mês – O Tempo Não Passa…

16º Mês – O Tempo Não Passa…


O quarto dela continua esperando…a dor de uma ausência

“Hoje só acredito no pulsar das minhas veias
E aquela luz que havia, em cada ponto de partida
Há muito me deixou”
(Noturno – Graco/Caio Sílvio)

As horas, os dias, as semanas e os meses vão passando, parecem lentos demais para mim, é como se naquele dia 18 de novembro de 2018, uma nova ordem de tempo tivesse tomado conta de mim. Aquilo que era urgente, virou bobagem, nada mais é, nenhuma coisa, a vida tem outra pegada, outro jeito, nem sei mais o que olhar o dia da semana, preocupar com este ou aquele.

Muitos diziam que eu era estressado com horário, tempo, responsabilidades, o que era verdade, mas meu tempo parou às 13:41 daquele dia. Não sei mais o que é a tensão do tempo, dos compromissos, não deixei de ser pontual, correto com as pessoas, apenas não ligo mais para o que acontece, com os que não chegam no horário, ou que furam os apontamentos.

A vida segue noutro ritmo, noutro contexto, o sentido dela, o batimento do relógio virou um nada, os minutos seguem sua lógica, que para mim agora é sem significado, porque a própria existência perdeu sua a cor, a luz.

Como viver depois de uma tragédia dessas? Qual o sentido viver? O dia 18, será o dia da reflexão, ou seria irreflexão? As dores se encontram, voltam, teimam, no 18, como também aos domingos, são marcas que te deixam em outra dimensão, em outra lógica, não insensível, mas não certo do que fazer, do que dizer.

Apenas a saudade domina, mata um pouquinho mais, dia a dia. O isolamento da Coronavírus acentua a dor da ausência, ao entrar nos ambientes de casa, os cantinhos da Letícia, a dor é mais forte.

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