Arnobio Rocha Política A Queda de Temer e as #DiretasJá

1408: A Queda de Temer e as #DiretasJá


Temer: A queda e o lixo da história o destino de um traidor.

“Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera”.
(Versos íntimos – Augusto dos Anjos)

Estamos assistindo aos últimos passos de uma farsa rocambolesca. A queda patética do Governo Temer demonstra como um golpe sórdido é igual mentira, tem pernas curtas. O seu principal patrocinador, a Globo (e seus sócios minoritários de mídia), retirou seu apoio e investe violentamente para que a queda seja rápida e que ela possa controlar a escolha de um segundo governo golpista, através de seu velho método, as eleições indiretas via congresso nacional.

Voltemos ao princípio da Crise de Governabilidade. O Golpe contra o governo eleito de Dilma veio de um longo processo iniciado com o baixo crescimento econômico. A grande virada de humores e de percepção se deu com o fim do ciclo de crescimento e expansão, os reflexos da grande Crise 2.0, começam a ser sentido de forma ampla, a longa campanha midiática finalmente começou a surtir efeito. Uma onda crescente de ódio e de identificação do PT com tudo que de ruim que o sistema político brasileiro tinha especialmente a corrupção. Ainda que foi nesses governos em que mais combateu a corrupção.

A explosão de manifestações violentas iniciadas em junho de 2013, a campanha de desmoralização da Copa do Mundo, não foram suficientes para a queda do governo, ao contrário, ele se renovou com a reeleição de Dilma Roussef, numa acirrada disputa eleitoral, já marcada por presença de elementos de intervenção externa, em especial, nas redes sociais.

Dilma venceu a eleição, mas não governou um só dia. Uma bem urdida articulação de mídia, oposição e judiciário, criou o terceiro turno, agora confessada por Aécio nos áudios com Joesley (JBS) de que fez tudo isso apenas “para encher o saco deles”, que se materializou ao pedir recontagem dos votos e se recusar a aceitar os resultados das urnas.

Outro caminho foi dar amplo poder a uma operação investigatória que tinha se iniciado pela própria CGU, mas que virou quase um tribunal de exceção, as principais cabeças da Lava Jato estivera,várias vezes nos EUA, em viagens cujos objetivos jamais foram (ou serão) revelados. Os métodos de investigações são típicos do sistema legal dos EUA, não pode ser mera coincidência.

O desgaste de um ano e três meses chegou ao ápice com a abertura do processo de impedimento. Em menos de 40 dias, um dos maiores corruptos do Brasil, Eduardo Cunha, liderou um golpe de Estado em nome do combate à… corrupção. A queda do governo foi rápida, dando lugar a um governo recheado de ministros envolvido com… Corrupção. Parece cômico, mas é trágico.

A questão fundamental, e grande mérito, do Governo Golpista de Temer, é que ele trouxe de forma explícita a agenda do “Novo Estado”, do Estado Gotham City, não precisamos ficar elucubrando o que seria um governo de Direita, alinhado aos interesses dos EUA, tivemos na prática o que realmente querem, sem meio termo. Ele pôs em votações urgentes e cheias de vícios várias reformas que destruirão os direitos sociais e trabalhistas do Brasil.

Mas a tensão política nunca baixou, ainda que a oposição tivesse minguado, as divisões entre os golpistas era evidente, especialmente com o judiciário militante.  Assim como a espinhosa tarefa de como lidar com o poder dado à “república de Curitiba”, pois o tribunal de exceção gostou da brincadeira, pior, se acha numa ação divina, salvação moral e messiânica do Brasil. Como bem disse Jucá “querem criar uma casta de puros”, bem, esse, ele mesmo experimentou o poder da casta.

Na verdade essa “casta” é filha direta do modelo das agências e da burocracia perene que hoje domina o Novo Estado, para eles não existe Democracia ou Política, os concurseiros nacionais, os meritocratas de cursinhos, não reconhecem a necessidade de mediação das relações, se aferram na letra fria de leis, ou incorporam valores estrangeiros aos seus postulados e ações.

Ainda em maio de 2016 escrevi sobre a relação entre a  Lava Jato/ Judiciário e o Governo Golpista:  “Essas ações midiáticas, quando olhadas bem de perto, se revelam uma grande fraude e pode arrastar o Brasil para uma ditadura do judiciário, cujos novos capítulos, em breve, poderá não ser só contra o vilão nacional, o PT, mas avançar sobre Renan, Temer e qualquer um que achar conveniente. Não há mais a quem recorrer, quando cair o sistema legal. O Golpe dentro do Golpe é gestado no judiciário”.

Uma delação MEGA premiada dos donos da JBS pôs à pique a nau golpista, em menos de três dias, Temer virou um Zumbi, alguém que não tem mais saída, literalmente está sendo exterminado pela Globo, num processo idêntico ao feito contra Dilma, exceto que esse há materialidade dos crimes, não apenas “convicções” . De um lado a parceria judiciário (STF + PGR + PF) com a Mídia do outro um “presidente” sem voto e sem caráter, nenhuma virtude em que possa se segurar, abandonado pelos ratos que abandonam a nau à deriva.

A Discussão que segue é o que fazer diante da queda iminente? 

A Globo concentra todos os esforços por uma queda rápida de indolor, para impor uma saída as eleições indiretas, a canalhice da tese é ressuscitar a finada CF que eles fizeram questão de pisotear para justificar a queda de um governo legítimo, agora viram legalistas? 

O grau de ruptura é sem precedentes, uma solução sem povo só vai piorar a crise de governo. Isolar as pessoas de decidir sobre seu destino é mais um golpe na já pouca credibilidade da Democracia e da Política. Portanto nos parece que a saída é anulação geral do processo viciado do impeachment de Dilma com as seguintes medidas:

  1. Devolução do comando para a Presidenta Dilma;
  2. Que faça um governo de unidade nacional de transição;
  3. Convocação de eleições gerais em 6 meses;
  4. Convocação da Assembléia Constituinte para refundar a República.

A saída está na Política e na Democracia, com o povo retomando ás suas mãos o poder, sem vacilações ou acordos de transição de bastidores sob a batuta da Globo ou das grandes empresas.

As ruas voltaram a sorrir para o Povo.

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One thought on “1408: A Queda de Temer e as #DiretasJá”

  1. Concordo plenamente, e assino embaixo. Tenho escrito frequentemente sob esse ângulo: a saída é a restauração do primado constitucional, anulando a fraude do impeachment. Dilma volta e convoca eleições gerais, sob novas regras.

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