Arnobio Rocha Reflexões O Espelho é a nossa verdade!

2282: O Espelho é a nossa verdade!


A autoimagem é nosso autoengano, assim do Dr. Fausto.

Isso, que vós outros
apelidais o espírito de um século,
é simplesmente o vosso próprio espírito,
a debuxar fantasmas que abalaram.
Mas que espelho tão pífio a quem o observa!
(Fausto – Goethe)

Busco a imperfeição, a aceitação lógica do que é a vida.

Essa coisa superior, Perfeita, não existe, portanto tento ser o que a humanidade é: Imperfeita. Claro, no entanto, cheia de graça e sentido. Aliás, deve ser daí que vem a minha birra com as religiões, por um lado pelos seus ícones perfeitos, para modelo e norte de nossa existência, por outro lado, por saber que eles são apenas miragens, nem sombra do que é o ser humano.

Quando nos aceitamos como somos, imperfeitos, a vida parece fluir melhor, a pressão diminui, e temos mais tempo para aprendermos mais coisas, conhecer e compreender melhor outras pessoas, outras realidades, outros processos humanos, com menos julgamentos e juízos de valores, com régua moral acima do necessário, ao final de tudo, iremos perecer igualmente, seremos vistos por olhos alheios, então por que a preocupação de sermos o que não somos de verdade?

Obviamente que isso não significa que não sejamos excelentes em tantas e várias coisas, que não procuramos trabalhar com zelo, com ética, que não devemos preservar uma dose de ingenuidade de criança para que acreditemos nos outros com benevolência. Para além, aceitar a imperfeição é apenas nos livramos da OBRIGAÇÃO, não apenas der sermos perfeitos, mas principalmente nos parecermos perfeitos.

È uma loucura a construção de uma imagem, a aparência (dissonante da essência), de tão perfeita parece que essa pessoa não caga (fisiologicamente ou com os outros). Ou que não sente dor, não sofre por um amor, por ausências, carências, que não tem temor, insegurança e que não erra (ainda que arrume um culpado para não recair sobre si).

Uma questão que sempre se sobressaí, podemos enganar todo mundo, muita gente, mas nunca nos enganaremos, no mais íntimo, sabemos bem quem realmente habita esse corpo, a nossa mente, nossos limites humanos, éticos e morais.

E viva nós, os imperfeitos!

I’m starting with the man in the mirrorI’m asking him to change his waysAnd no message could’ve been any clearerIf they wanna make the world a better placeTake a look at yourself and then make a change

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