Arnobio Rocha Diário de Redenção Quatro anos sem Letícia, um outono que não cessa!

2209: Quatro anos sem Letícia, um outono que não cessa!


Letícia e Lua, uma dupla de amor e vida!

“Ai meu coração que não entende
O compasso do meu pensamento
O pensamento se protege
E o coração se entrega inteiro e sem razão”
(Conflito – Petrucio Maia e Climério Ferreira)

Parece incrível que já se passaram quatro anos desde a morte da Letícia, mais inacreditável é ter chegado até aqui ‘vivo”, pois o meu coração sangra, a mente e boa parte do que sobrou de mim ficou preso naquele domingo, 18.11.18, às 13:41, pelo horário de verão, dentro daquela UTI, do maldito hospital Samaritano de tão mau agouro.

A despeito de tudo que aconteceu antes e depois daquela data, só me restou a dolorosa sobrevivência. Não é exagero ou figura de linguagem, fato real do que é dormir e acordar, passar os dias, um a um, 1461 dias, sem que não sinta a falta e a saudade de minha amada filha, ali, morta, inerte, para sempre e sempre, e nada puder fazer.

È certo que não sei se sou (ou era) doce ou amargo, quente ou frio, calmo ou agitado, depois da perda, pouca ou nada importa.

Difícil definir o que é o viver, muito, muito estanho. A família, o núcleo mais íntimo é que vai sentir para todo o sempre, e que mantém viva a necessidade de seguir em frente, de amar, cuidar e apoiar a Luana, que vai muito além da mera responsabilidade de pai, é de vida, de carinho e força mútua, de dividir sentimentos e dores.

O que significa cada ano que se passou? A contagem começa com horas, dias, semanas, meses, anos, não muda, aquelas mensagens batidas “o tempo cura”, “deus sabe o que faz”, blá-blá e etc, nãi traz uma única verdade, pois de verdade, apenas vamos seguir o “fluxo”, cada um ao seu modo, Mara, Lua e Eu, mas apenas nós sabemos o que é a perda.

Dizer que a Letícia mora nos nossos corações, de que “vive” em nós, parece (e é) um consolo, uma esperança vã de que vamos viver e enfrentar mais um dia, uma noite. E em muitas vezes há sonhos, em outras pesadelos, uma ilusão de que do nada disso seja verdade, de que estaremos juntos outra vez. Aí vem a consciência e diz que na real, nunca acontecerá, somos apenas pó e sombra.

“E o corpo todo sai tremendoMassacrado e ferido do conflito”

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