Arnobio Rocha Crise 2.0 2122: Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded – 10 anos depois.

2122: Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded – 10 anos depois.


Capa do Livro , arte de Esper Leon.

Ontem, hoje, com a morte da minha amanha companheira e editora, a jornalista Marinilda Carvalho  (Marinilda Carvalho, Marizinha, Presente!!), é que me dei conta de que há uma década publiquei o volume I do livro sobre a grande crise do Kapital, a crise de superprodução de capital, de 2005-2008. (Crise Dois Ponto Zero: A Taxa de Lucro Reloaded.), por insistência de  Marinilda e de mais alguns companheiros.

A série de artigos desse blog, na aba Crise 2.0, deu origem ao livro, na época com 325 artigos, hoje tem mais de 700 artigos, que teve uma derivação para um segundo projeto chamado Estado Gotham City, que foi rascunhado capítulo VI do livro, para futuro desenvolvimento, referente ao que na época, 2012, começava a se afirmar, o Estado de Exceção Permanente, também chamado de pós-democracia, pós-verdade, ultraliberalismo, que preferia denominar de Estado Gotham City, muito por influência da série Batman: O Cavaleiro das Trevas.

Alguns capítulos do volume II cheguei a publicar no blog, por volta de 2017, mas com a morte da minha filha, minha dedicação à comissão de Direitos Humanos da OAB/SP (2019-2021), a falta de tempo, de dinheiro, acabei deixando de lado, não deixei de escrever sobre o tema, mas não tive mais condição de ir em frente, a Marinilda Carvalho, minha parceira, também não estava tão bem de saúde, fui adiando, agora não sei mais por quanto tempo.

O Método do Livro Crise 2.0 foi uma tentativa de retomado de estudos sobre o conceito de Crise em Marx, nos afastando dos maneirismos, das correntes que veem a crise do capitalismo como Terminais, ela vai se acabar por si, ou crise permanentes, que não conseguem perceber como o Kapital se reaglutina e se regenera, com mais força e poder destruidor.

A  questão central que nos perguntávamos lá, e agora, é por que devemos estudar e acompanhar as crises dos sistema capitalista?

A crítica fundamental ao modo de produção capitalista já foi dada por Marx, dissecada e compreendida a sua lógica. São nas crises, que ao contrário do que se imagina, não são os momentos de queda, de escassez, de desemprego. As crises se dão no momento de maior crescimento do sistema, todos os vetores estão em alta (salários, renda, preços), elas se estabelecem quando a taxa de lucro é diminuída e o sistema entra em colapso, por compressão do fundamento maior do Kapital, seu Lucro.

Durantes as crises, o auge de um ciclo, daí serem de Super Produção de Capital, então o sistema para se refazer queima forças produtivas, gera desemprego, corte de salários, queda dos preços de mercadorias, quebra de empresas, abrindo um período para Revolução e ruptura com o sistema, pelas condições objetivas se tornarem maduras, mas, quando não aproveitadas, o Capital se reconstrói e se impõe por mais um ciclo.

Identifiquei três supercrises, 1871, 1929, 1974 e a de 2008, como crises paradigmáticas, pois delas o sistema se recompôs com maior violência sobre a classe, modificando, inclusive, seu Estado, a forma como as relações superestruturais e legais se modificam para uma maior exploração da classe trabalhadora, não importando, hoje, a sua diminuição, ou sua maior segmentação, o que faz com seja mais explorada, com maior extração de mais valia.

Nossa tarefa foi analisar a Crise de 2008, os dados da Economia Mundial, as relações entre os blocos econômicos e a luta de morte por um novo sistema, o ultraliberalismo e trazer de forma clara o momento em que vivemos. Boa parte do que escrevemos foi se desenvolvendo nessa última década, especialmente as mudanças do Estado, a criminalização da Política e o desvalor da Democracia, isso antes das Jornadas de Junho, da Lava jato, da prisão do Lula, isso se deu pelo método usado, as ferramentas legadas por Marx.

Nesse momento de despedida da Marinilda Carvalho, vou reproduzir abaixo seu generoso prefácio ao livro, e agradecer a ela e aos queridos camaradas, poucos que acreditaram e tanto debateram o Crise 2.0.

BAIXE O LIVRO NUM SÓ CLIQUE: ROCHA, Arnobio – Crise 2.0 – A Taxa de Lucro Reloaded Formato Pdf (2 MB)

Prefácio 

Este ebook é filho amado, cuidado e legitimado, quase que registrado em cartório, das chamadas tecnologias sociais, que tantos acusam de isolacionistas. Para começar, nasceu num blog – Política, Economia e Cultura. O “pai”, tuiteirofeicebookeirogooglepluseiro e o que mais nos venha ao teclado, viveu um caso de amor espantado com a mais impactante freada do capitalismo desde 1929, freada essa que batizou carinhosamente de Crise 2.0 – sim, até o nome da “mãe” lembra as tecnologias computowébicas!

Pois Crise 2.0 é um conjunto de 325 textos publicados no blog ao longo de 20 meses, aqui revisados e atualizados, sobre os desdobramentos da crise nos Estados Unidos, na Europa e nos países BRICS. Um painel completo, jamais visto em nossa imprensa entreguista, nem mesmo na alternativa. Quase 32 mil visitantes leram os posts, permanecendo nas páginas mais de cinco minutos, uma enormidade em nossos tempos instantâneos.

Acompanhei com sofreguidão os capítulos emocionantes deste folhetim. Incomodei o autor com perguntas, cobranças, insistências em mais de 100 comentários, fora as conversas no Twitter, no GTalk e no GMail – daí, acho, ter sido convidada (honrada!) para “madrinha” do ebook. Verdade que também nos une, apesar da diferença de gerações, o passado comunista, as alegrias nas vitórias operárias, as lágrimas nos saltos neoliberais, tudo temperado de reverência às teorias marxistas na análise dos processos históricos, marca maior deste trabalho.

O livro mostra praticamente todos os momentos da sangrenta luta de classes que permeia a Crise 2.0. Como doeu seguir as derrotas consecutivas dos espanhóis ou dos gregos… Alguns textos faziam chorar, outros despertavam ódio. Afinal, o diabo nesta terrível Crise 2.0 é que os capitalistas não se atiram mais dos prédios, eles pedem dinheiro aos governos e os governos dão. Quanto aos trabalhadores, tudo perdem, o emprego, as calças, a esperança. A classe trabalhadora é que está se matando mundo em crise afora.

Aos 43 anos, meu querido companheiro Arnobio Rocha, formado em Direito, técnico em Telecomunicações, é cearense de nascimento, paulistano de vivência, corintiano de paixão. Casado com a linda Mara, é pai das lindas Letícia e Luana. Ama as artes, o PT, o povo brasileiro e… a coerência.

Coerência, camaradas, é a chave deste ebook único. E o que pode ser mais coerente do que seu lançamento num clubinho de ebooks?

Marinilda Carvalho

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