Arnobio Rocha Reflexões 22.02.2022 Palíndromo – e as cores do Rio de Janeiro

22.02.2022 Palíndromo – e as cores do Rio de Janeiro


A magia de um palíndromo de números.

“Deus é um desgraçado, não é? Me fez bem esperta para saber que minha vida é fodida, mas não o bastante para sair disso (Ruth – personagem da série “Ozark” – 4 temporada, episódio 4º)

Vindo mais uma vez ao Rio de Janeiro, uma cidade absolutamente linda e cruel, beleza e desgraça, misturando-se como símbolo da vida incerta da humanidade. Talvez seja a cidade que mais me encanta, mas também é a que mais tema. É auspicioso de vir ao Rio de Janeiro na data de um palíndromo perfeito:22.02.2022. Lido de frente para trás e de trás para frente o mesmo resultado.

É que existe algo místico nesses números, como a data do calendário ocidental, como essa sequência aleatória de datas, que convergem para algo belo de ler, de frente para trás ou de trás pra frente. Os números são símbolos da criatividade humana, contam com uma certa lógica, pela exatidão matemática, mas há um outro lado, que seduz a nossa tola consciência, de fé e de esperança em que uma mágica (dos números), uma coincidência (como a de hoje) que possa nos redimir, nos faça melhores e maiores.

A vida humana, não importa no que se crê, ou não que em nada cremos, ela é cheia de acontecimentos absolutamente inusitados, que passam a dar a sentido a própria existência.

A identidade com uma cidade, um povo e sua cultura é menos lógico do que se possa imaginar. Os encantos de uma cidade como a do Rio de Janeiro, podem ser completamente ignorados pela desatenção de quem a vê, pela insensibilidade ou simplesmente pela indiferença.

Desde a primeira vez que vim ao Rio, abril de 86, quase 36 anos atrás, os olhos encantados dos meus 16 anos, continuam a brilhar quando o avião se aproxima e vem aquela explosão de cores, magia, montanhas, morros, a baía de Guanabara, a faixa de praia, ao descer e ouvir o sotaque, a ginga e o humor do carioca, é sempre amor, nas incontáveis vezes que venho para cá.

Com certeza mais de 150 vezes, e o a emoção é a mesma, hoje, nessa coincidência de data, parece ainda mais belo.

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