Arnobio Rocha Política Os Direitos Humanos dos mais Vulneráveis

1875: Os Direitos Humanos dos mais Vulneráveis


Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, à espera do Poder Público.

As atividades da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP que tomo parte são especiais, sempre me sinto melhor ao participar, mais forte e disposto a defender a Democracia, os Direitos humanos, é a renovação de energia do compromisso com a dignidade humana.

Hoje, 19 de agosto, não foi diferente, a data é dedicada à mobilização dedicada ao Povo em Situação de Rua.

Eles se reuniram no marco zero, na mítica Praça da Sé, local que foi palco de tantas lutas em São Paulo, a sensação era de volta ao passado, lembranças de eventos espetaculares, comícios, atos públicos, as escadarias da catedral, seu significado histórico.

O centro de São Paulo está absurdamente deteriorado, esses últimos 5 anos, depois do Golpe, houve uma explosão de miséria e o reflexo maior é o aumento de desvalidos que se reúnem aos montes na Sé, perdidos, olhares sem rumos, famílias inteiras vivendo em barracas, não há futuro, do prefeito ao presidente, nenhum compromisso com os mais pobres e vulneráveis, vistos como escórias, lixos humanos.

Aprendi muito nessa atividade de hoje, nas ruas, com eles, conversando, ouvindo, sabendo sobre o que acontece no dia a dia. Um grupo se desloca pelo centro, parando de porta em porta, nas secretarias, protocolando seus pedidos, tão simples e humanos, mas tão distantes dos gabinetes, higiênicos, indiferentes.

Deram uma aula política na reunião com os secretários, foram firmes, falas fortes, mas com qualidade, propostas, amplo entendimento da realidade. Homens e mulheres, sofridos (as), machucados (as) pela cidade, pelo poder público, a rica cidade dos ricos, que esquece aqueles seres humanos, que lutam para serem reconhecidos como cidadãos de direitos, por seus Direitos Humanos.

Que privilégio, o meu, de poder estar com eles, de ser visto como um igual, deles confiarem que estamos ali, para mediar com autoridades, para defender o direito deles de se manifestarem livremente. Ali cumpri meu juramento de advogado, a defesa dos Direitos humanos, mas muito além do que isso, me reconhecer como humano e cidadão.

Agradeço muito a oportunidade de ter estado nessa atividade, de ser aceito por eles, como irmão, a forma como agradeceram pela OAB ter estado ali com eles.

Que dia, amigos e amigas!

Há braços.

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