Arnobio Rocha Estado Gotham City A Derrota de Trump Inaugura a Queda dos Ventos da Extrema-Direita no Mundo?

1725: A Derrota de Trump Inaugura a Queda dos Ventos da Extrema-Direita no Mundo?


Biden e Harris, o desafio de mudar os rumos da irracionalidade que tomou conta do mundo.

A vitória de Joe Biden pode retomar uma certa racionalidade do Kapital, depois de quase dez anos em que o mundo mergulhou numa onda absolutamente reacionária e de negação da Política, da ciência e da história, que varreu governos de esquerda, de centro e até de Direita que respeitava as regras de Democracia, uma religiosidade insana e estúpida de condenação de costumes e da diversidade.

Esses anos que abalaram o mundo desde as primaveras árabes (Egito, Tunísia, Turquia), passando pela Praça Maiden, occupies, indignados, jornadas de junho e ódio aberto à esquerda, aos valores universais consolidados, que transformava tudo em memes, trouxe ao centro do debate  as redes sociais com suas fakenews, o terraplanismo, o reacionarismo religioso em oposição à ciência.

A onda que tentava tornar proscritos as atividade Política e de Democracia, como atividade natural da sociedade teve repercussão em quase todos os países, levou ao absurdo de ter Trump, uma espécie de Coringa na Casa Branca, ou de Bolsonaro, um político obscuro e fanfarrão virou presidente do Brasil, pior, assumiu e levou o país a virar piada mundial pelo que é e por seu governo desastroso.

A irracionalidade Política não é um mero acaso, algo acidental, ao contrário foi muito bem manipulado pelo grande Kapital e serviu para  negação dos direitos civis, humanos e trabalhista e previdenciário, que promoveu o maior retrocesso civilizatório em tão curto prazo de tempo.

A recomposição das taxas históricas de lucro é o pano de fundo dessa negação geral à Política e Democracia, pois ataca diretamente o Estado, ou o que sobrou do Estado de Bem-estar Social, o pós-estado, o Ultraliberalismo, como se denomina esse movimento reacionário mundial.

Essas políticas se materializou na privatizações, o controle das posições fundamentais de decisão através de agências “reguladoras”, que vão de Banco Central (FED, BCE, BC do Brasil) até Forças de Seguranças (CIA, FBI, NSA, PF). nada escapa ao controle da fração do Kapital que manda no mundo, o Capital Financeiro, dos bancos e especuladores.

A derrota de Trump é carregada de simbolismo nesse sentido, maior até do que a vitória do anódino Joe Biden, um político que representa o velho mainstream, o sistema, que busca a volta da racionalidade, depois da vitoriosa política de destruição de forças produtivas e retomada das taxas de lucros, porém, é preciso agora assoprar, não se pode só bater.

Por fim, não se pode deixa de notar o cinismo ao assistir a grande mídia condenar Trump pelas mentiras que diz diariamente nas redes sociais, como se fosse inédito, esquecem que o silêncio conivente dessa grande mídia, é que fez ganhar Trump, Bolsonaro, Órban, entre outros.

O que virá em 2021, com Biden é difícil de se prever, uma enorme crise de superprodução de Capital, já se aproximava nos EUA, desde o ano passado, de certa forma a Pandemia livrou Trump de ter que explicar o fim do ciclo de crescimento, ainda que os números da Economia estivessem alto, mas em queda desde o 3º trimestre de 2019.

A Economia foi atingida pela combinação de crises (Superprodução e Pandemia), o que dará pouco espaço de manobra a uma política sem a intervenção direta do Estado, o que pode significar uma mudança de curso dessa década irracional

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