Arnobio Rocha Política Eugenia Política

1305: Eugenia Política


A luta contra o neofascismo e pela liberdade política,

A luta contra o neofascismo e pela liberdade política,

Aqui, mais uma vez, vou professar minha fé na Democracia e na Política, sem embargos: Prefiro a liberdade de TODOS os corruptos eleitos, do que a pureza prometida pelo Estado de Exceção, Estado Policial do MP/PF/Judiciário. A limpeza “étnica”, prometida, só sobrará a “casta dos puros” (apud Jucá), tendo à testa os concurseiros da meritocracia.

Obviamente não defendemos a tolerância à corrupção, uma das maiores mazelas da desigualdade econômica e social, porém, nos parece claro, que os termos propostos, de findar os mecanismos de representação e criminalizar a política, rapidamente nos levará a uma ditadura dos castos, sem nenhum controle político ou social.

Viveremos o cinismo, de que limpamos os “políticos”, mas os beneficiários da tragédia, os tais não-políticos (tem coisa mais política, do que se declarar “não-político”?), terão liberdade para fazerem o que bem quiserem, em especial o judiciário com seus amplos privilégios, sem que a sociedade tenha mais para quem apelar, o poder judiciário viraria executivo e legislativo ao mesmo tempo.

Lembremos ainda que não há juiz eleito, ou MP eleito, ou PF eleito, são frutos de concursos públicos, cujas instituições não aceitam se sujeitar a qualquer controle externo ou transparência de suas ações. A autonomia total é um desastre, que se vira contra a sociedade, ao contrário do que tentam vender. A lógica do Estado de Exceção é não prestar contas a ninguém, dominando a sociedade pela força e pelo poder discricionário.

O Estado de Exceção prescinde de política e Democracia, não reconhecem esses importantes valores ocidentais. É baseado numa burocracia estatal-privada que comanda a sociedade, tendo o capital financeiro como beneficiário último da tragédia da vida social. Sem democracia, não há vida possível em sociedades tão complexas e desiguais.

O filósofo italiano, Giorgio Agamben, nos ensina que a base de fundação do Estado de Exceção, nos países centrais (EUA, UE), é a resultante do medo e da paranoia da Segurança (combate ao terror interno e externo). Aqui, sob meu ponto de vista, na América latina, o apelo é o “fim” da corrupção. Em ambos os casos, a promessa de limpeza do mal, se dará trazendo um mal maior: O fim da democracia.

Enquanto não nos dermos conta por aquilo que estamos lutando, pela democracia, ficaremos vacilando e comemorando as prisões de um lado ou de outro. Infelizmente, não há o que comemorar, pois os marcos fundantes de uma sociedade plural, contraditória, estão sendo destruídos por uma lógica bem urdida do Kapital, que usa o moralismo como fonte última de desagregação social.

É o neofascismo manifesto que avança sobre nós, cheio de maneirismo e verde-amarelo das camisas da CBF (por mera coincidência, uma das entidades mais corruptas do Brasil). Os últimos três anos foram de virada de humor político, não podemos ignorar a narrativa que está sendo construída e o fim não será uma farsa, mas, sim, uma tragédia.

Sem vacilações.

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