Arnobio Rocha Reflexões Dos Dissabores e Das Alegrias

742: Dos Dissabores e Das Alegrias

 

 

Vários dias convivendo com uma tremenda chateação, mas prefiro nem tratar aqui, o tema, futebol, não vale a pena, se perde amigos e à razão, neste ambiente macartista predominante então, melhor o silêncio, a quase clandestinidade. Momentos assim você fica quase desacreditando na humanidade, ao mesmo tempo que é extremamente criativa, é capaz de estupidez como matar, ou de transformar uma morte num espetáculo de exploração canalha e cruel, onde a última coisa que se preocupa é com quem morreu, muito triste.

Mergulhei na literatura, quase como uma fuga, pois ela é o o último caminho para voltar ao leito normal da vida, ou melhor; voltar a ter fé na vida e na humanidade, entender os processos, como a vida resolve determinadas situações e momentos históricos. Nos distraímos e nos destruímos, tantas vezes,  logo, este retorno, à literatura, foi providencial, comecei resgatando a grande obra de Fustel de Coulanges, no post  A Cidade Antiga – Grécia e Roma, são velhos estudos que me deu tanto prazer numa época da vida, uma certa melancolia e me vi voltando à aquela vida.

Senti necessidade de ajustar algumas contas com o passado, em particular com a minha formação intelectual, surgindo dois posts que são complementares: A Importância da Leitura na Formação Intelectual e Radiografia Intelectual. É uma viagem no tempo, de como se formava um militante político, suas habilidades intelectuais, a aposta que estas ferramentas poderiam ser usadas na luta política, bem como nas soluções dos desafios da vida. Com tranquilidade, digo, foram momentos únicos, decisivos para minhas escolhas, principalmente, os caminhos seguidos, na maioria das vezes bem vividos.

Agora, ouvindo ao lado do meu escritório, minhas filhas dançando um velho clássico de Elvis Presley, Jailhouse Rock,  me encheu de alegria e esperança, a vida não pode ser tão ruim assim, para cada momento ruim, virá outros de tanta beleza e prazer. Reler, reviver, o prazer do passado, agora alimentado no presente pelas coisas que se renovam. Esqueçamos, pois, as pancadas que mais doem, as vindas dos amigos, em regra, são inesperadas, jamais esperamos, enfim, é a vida, não podemos dominar todos os fatos, melhor deixar acontecer e continuar, coisas melhores sempre superarão os dissabores.

Como dizem as minhas pequenas, sou um eterno ranzinza, ela têm toda razão, aprendendo a conviver com dissabores, ou transformá-los em algum sentido e alegria, esta é a arte, esta é a vida.

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One thought on “742: Dos Dissabores e Das Alegrias”

  1. Sei bem o é isso. Dias de chuvas, dia de sol, dias de lágrimas e outros de risos.
    O mais legal, ou não, é não sabermos o quem vem depois dessa louca vida humana, desse louco ser humano.
    Então, poucas escolhas nos resta. Tenho certeza que além de seus livros suas filhas dançando te aliviou a alma e te fez sorrir novamente, e você se pegou novamente acreditado na possibilidade de uma humanidade melhor.

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