Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: Guindos, O Lunático Espanhol

555: Crise 2.0: Guindos, O Lunático Espanhol

 

 

Merkel veio ministrar extrema unção - Foto Álvaro García/El País

O interminável ping pong entre Espanha e BCE é só mais um capítulo da falência do país e do modelo geral da Zona do Euro. De um lado Rajoy diz que espera o plano de resgate que o BCE lhe oferecerá, por seu lado Draghi diz esperar que a Espanha faça um pedido formal de resgate. Desde 25 de julho este jogo se prolonga( ver o post Crise 2.0: Medalha de Lata para Draghi e Rajoy), mas faz parte da cena, como já falamos aqui na série sobre a Crise 2.0, nenhum dos dois lados sabe as reais consequências de um resgate de uma economia do porte da Espanha, a quarta maior da Zona do Euro.

 

Então, enquanto os técnicos calculam o tamanho do prejuízo, os “líderes” ficam trocando “gentilezas” em público, nervosamente se desgastam no privado. São 51 dias de idas e vindas dos índices, o prêmio de risco e os Yelds da Espanha, sobem ou descem, mas sempre num patamar alarmante, impossíveis de ser mantida, uma economia tecnicamente insolvente. Ao sabor destas ondas vive o mercado especulativo, que aproveita a situação para arrancar o que pode de um país em frangalhos.

 

Hoje uma reunião bilateral Alemanha-Espanha é vista com esperança, mas o que parece é que Merkel está ali apenas para dar a Extrema Unção. Ela, como boa representante dos banqueiros alemães, sabe que mais 20% da dívida espanhola é com eles, portanto não aceitará um calote, ao estilo grego, muito menos um pedido de resgate que represente mais dívidas ou uma tentativa de que os outros membros da UE partilhem do prejuízo. Não há espaço para solidariedade, apenas se pensa maneiras de como sangrar ainda mais o povo e aos trabalhadores espanhóis. Os draconianos ajustes se demonstraram um grande fracasso, a economia só piora, mês a mês, o desemprego, cresce, o déficit público aumentando, a paralisia é geral, além da imensa fuga de capitais que bateu 33% do PIB (400 bilhões de Euros) nos últimos 13 meses.

 

Mas, como se não bastasse o caminhão de bobagens feitas por Guindos, Ex-Lehman Brothers e ex-FMI( era vice de Rato, líder radical do PP, que foi diretor-geral do FMI e Presidente do Bankia), hoje, se mostrou um verdadeiro lunático, conseguiu se superar, num evento que reuniu empresários da Alemanha e Espanha, ao dizer que Espanha hoje é a Alemanha de 10 anos atrás, que o ajuste é o mesmo que eles fizeram, que as oportunidades agora se abriram ao país (OI ?). Senhores, não é piada, este sujeito afundou completamente a Espanha, ainda se apresenta como o salvador, aqui não é apenas uma fraude econômica, é intelectual, em NADA, absolutamente, NADA, Espanha, de hoje , se parece com a Alemanha de 10 anos atrás.

 

A palestra do Sr Guindos é de uma viagem incrível, estava presente a fina flor dos empresários dos dois países, gente como: Telefonica (Cesar Alierta), Iberdrola (Ignacio Sánchez Galán), BBVA (Francisco Gonzalez), Santander (Allfredo Sáenz), BASF (Kurt Bock), Daimler AG (Dieter Zetsche), WW AG (Martin Wintrkom) ou Siemens (Peter Löscher). Imagino o espanto causado por declarações insanas, como essas, ou o orgulho de Guindos salientar que “Nenhum outro país da OCDE tem realizado um conjunto (de Ajustes) tão profundo e tão rápido”. Com figuras deste naipe não há esperança alguma, apenas mais desgraça.

 

O disparate foi tanto que o El País assim concluiu: “De GUINDOS vendeu para os empregadores o potencial da economia espanhola, mas ignorou a possibilidade de que este precisa de um socorro financeiro da UE. Quem não ignorou a questão foi o presidente dos empregadores alemães BDI, Hans Peter Keitel, que não fez segredo de que seu país “vozes críticas”, com a continuidade do euro e que nem o público nem o Parlamento nem a Corte Constitucional (Vai se pronunciar dia 12 sobre o novo fundo de resgate) de bom grado levar ajuda aos bancos aprovado para a Espanha. Apesar disso, disse que “a indústria alemã é claramente a favor do euro” e que “não há crise, espanhola ou italiana e alemã, mas sim uma crise europeia.” Keitel optou por “manter as fronteiras atuais do euro, sem excluir a Grécia” e comparado a este país com a filial de uma empresa, para que a matriz deve ajudar, mas com as condições impostas”.

 

A vergonhosa liderança da extrema-direita espanhola tem demonstrado inepta, incompetente e pior cruel com os trabalhadores e o povo. Cabe lembrar que o criminoso boicote às eleições, deu ampla maioria e mãos livres ao PP no parlamento e, agora como combater estes terríveis males? Dia 25 de Setembro prometem grande ocupação de Madri, uma espécie de “Revolução dos Cravos”, do meu lado, não vejo qualquer perspectiva real neste movimento.

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