“Com frequência você
Iniciava a contar-me quem sou, mas detinha-se,
Deixando-me numa dúvida insolúvel,
Concluindo com ‘Espere, ainda não.’”
(Livro de Próspero – A Tempestade – W. Shakespeare)
Há muitos anos em que vibro numa frequência distinta do mundo e das pessoas, não cabe aqui explicar nada, nem as razões, são de caráter privado e íntimo, pois em restrita síntese: Tudo fica bem, quando acaba bem. Agora, se não está bem, é porque ainda não acabou.
Depois de atravessar um mar de tormentas, um dia, quem sabe, um porto me receberá, pelo anos que me resta, serão menores do que já vividos, não é certo que com a mesma saúde, percepção sobre a vida e entrega naquilo que fiz e faço, com amor e dedicação, um vida utópica ou uma utopia de vida.
Os acordes de Prospero’S Books, da magnífica obra de Michael Nyman, que deram mais vida à magia ao grandioso filme de Peter Greenaway, que trouxe ao cinema a obra shakespeariana de uma forma tão profunda, que todo vez que vejo, mais me emociona.
Ouvir a trilha sonora do filme tem sido uma elevação, é como se fosse entrar num mundo particular tão intenso, com tantas cores e vidas, depois de dores e sofrimentos, na esperança de uma redenção, que não se sabe se um dia chegará, mas nos iludimos que virá.
A cada ano, já são muitos, por mais que nos preparemos para ignorar de que seja apenas mais uma data, somos atraídos para armadilha da “mega sena da virada”, ou pela ceia de Natal, algo assim, o que nos leva aos sonhos de um ano XXXX, será diferente, ainda que sejamos iguais.
Entre devaneios e amarguras, vamos seguindo em frente, até que a ressaca do dia 02/01, no calendário ocidental, nos acorde e voltamos ao mundo comum e cinza.
É a vida!
PS: Ainda gosto de matemática e seus postulados filosóficos.