Arnobio Rocha Filmes&Músicas Berlim, eu te amo!

1967: Berlim, eu te amo!


Uma ode à cidade de Berlim e seu renascimento.

Por coincidências, os dois últimos filmes que vi tinham Berlim como parte do cenário, em Munique, no limites da guerra e Damasco Cover (ambos no Netflix). Há tempos tinha deixado nos favoritos do Amazon Prime Vídeos, o filme Berlim, eu te amo!, mas sempre adiava para assistir num outro dia, iniciei e deixei para depois.

Berlim é a cidade mais importante do século XX, ela representou o poder da Alemanha unificada do século anterior, sede de um país rico e com sede de conquistas, a necessidade de ser um novo império, depois de França e em contraposição ao império britânico. Dali partiram duas guerras “mundiais”, a primeira com consequências funestas e a recuperação da glória de Berlim, com os Nazistas, rumo à outra aventura.

A queda de Berlim virou uma corrida desesperada para que chegaria primeiro ao Portão de Bradenburgo, URSS e EUA, sabiam da importância da cidade, acima de qualquer outra naquela disputa, que definiria a maior guerra não declarada da história, a guerra fria, e Berlim dividida, foi o palco e cenário por décadas, com o Muro e sem ele.

Berlim sempre me fascinou e fui tomado de uma enorme emoção ao chegar na cidade, numa noite fria de inverno rigoroso de janeiro de 2019, naquela viagem tão dolorida, que cumpríamos em parte o roteiro das cidades que a Letícia queria conhecer, mas não pode.

Berlim foi minha escolha, além de todos os fatos históricos, a beleza da cidade reunificada, que vi em tantos filmes recentes em que a cidade era cenário. Claro com as notícias de amigos dizendo que é a mais cosmopolita cidade da Europa, ali vivem dois alemães, das duas Alemanhas, o que por si só é um caldo de cultura incrível, e viver numa época dessas, depois da divisão e do muro, é um lugar imperdível por todos aspectos.

Nem mesmo a quebra do trem entre o aeroporto e a cidade, o ônibus errado, a neve, depois o hotel com elevador sem funcionar, tirou o desejo pela cidade, de pegar o TRAM, Metrô, o ônibus duplo amarelo, as avenidas largas, o Bundestag,  belo parlamento e o Tiergarten, que é o coração de uma linda metrópole.

Foram poucos dias, tudo corrido, mas o desejo de voltar, quem sabe um dia.

O filme é uma declaração de amor a cidade, quem ama Berlim, suas sutilezas, exageros, a cidade escondida dentro da cidade, a visão de norte-americanos, israelenses, turcos, russos, gente de toda parte que vão ali para Renascer, numa cena diz exatamente isso, vim renascer, porque Berlim renasceu, é uma oportunidade de vida, de amor e de sentir parte de algo,

A diversidade de personagens, héteros, LGBTQI+, cristãos, judeus e mulçumanos, numa cidade que recebe e acolhe, nos seus labirintos, suas culpas e perdões, as dores do passado, do presente e a possibilidade de um futuro.

Um filme com várias pequenas histórias, com ou sem nexos, que se juntam e têm sua autonomia, assim como nossas vidas, poderia se passar em São Paulo, em Paris, Nova Iorque, mas o momento é de Berlim.

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