Arnobio Rocha Tecnologia A Vida Virtual na Quarentena

1634: A Vida Virtual na Quarentena


Nunca o futuro esteve tão perto de nós…saberemos usar para o bem?

“A vida humana não dura mais do que a contagem de um.” (Hamlet – W. Shakespeare)

A pandemia do chamado Coronavírus impôs o isolamento de mais de cinquenta porcento da humanidade. Homens, mulheres, crianças, jovens e idosos, todos trancados em casas, apartamentos, moradias pequenas ou grandes, minúsculas ou castelos, não há muito escapatória. Parece óbvio que as condições de misérias se acentuarão, conflitos maiores por conta dos exíguos espaços físicos e de pouca opções de lazer.

As redes sociais dão vazão a uma explosão de sentimentos contraditórios, elas se tornam palcos da vidas virtuais e se tornam o local propício de encontros e desencontros, acertos e desacertos, amores e ódios, solidariedade e indiferença.

A graça e a miséria humana afloram amplamente, o ambiente de espaços separados, no “ar”, não real, tornam esses embates de sentimentos quase sempre indo aos extremos, sem mediações.

O “tempo” é diferente nas redes sociais, a extrema velocidade com que se desenvolve qualquer relação nestas circunstâncias,  pois os atos de vida, tempo e espaço, se comprimem, se concentram, aquilo que em média se viveria por um largo período, passa a ser determinado por horas e dias, na dura e lenta rotina da quarentena, uma contradição latente,

É uma violência, mas, ao mesmo tempo, é espetacular: Conhecer, viver, sentir e morrer em tão poucos instantes. Entretanto a sensação de que vivemos de ruptura em ruptura cada vez mais breves, certamente, não é a das melhores.

Este tempo-espaço, das Redes Sociais, ainda não foi devidamente assimilado ou dimensionado pelo cérebro humano comum, quem sabe em breve alguma droga vai potencializar ou regular estas novas sensações.

Numa outra dimensão, a incrível facilidade de comunicação de massa, num ambiente mundial, criou muitas possibilidades, muitas teses e muitos enganos, especialmente a identificação desse sujeito, o ativista, como o novo revolucionário. Esse embate sobre a cultura digital venho travando tem 25 anos, desde as primeiras BBS e o acesso discado via modem.

A velocidade e transformação foram enormes, difícil até de acompanhar para o cidadão comum, que apenas consume sem refletir o que recebe, cada vez mais sofisticados sistemas e facilidades proporcionados pela tecnologia digital.

Essa “parada” técnica talvez sirva como uma nova adaptação humana à condições extremas, de experimentações diferentes, em todos os campos de sua subjetividade, das questões mais latentes e próprias da natureza, como o sexo, passando pela arte, pelo modo que se relacionará com a vida, com as pessoas, um cotidiano de distanciamento ou de colaboração, dependendo do tamanho da tragédia, que ainda está no começo.

É fato que esse começo de 2020, mudará de forma imprevisível, ainda, o destino da aventura humana na terra, nossos dilema éticos, morais e de costumes, todas serão questionados, por um tempo de incertezas e espremidos por um novo renascer, caso se sobreviva.

Sobrevivamos!!!

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