“Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar um Corcel 73″
(Ouro de Tolo – Raul Seixas)
O ano de 1973 foi pródigo de grandes novidades e estreias espetaculares na música no Brasil como o LP inaugurais “Krig-ha, bandolo!” (Raul Seixas), “Secos & Molhados”, “Pérola Negra” (Luiz Melodia), “Manera fru fru, manera” (Fagner), “Eu quero é botar meu bloco na rua” (Sérgio Sampaio), “Ou não” (Walter Franco), “João Bosco” e “Luiz Gonzaga Jr.” . Além de ser o ano de lançamento de um dos maiores álbuns de todos os tempos, O The Dark Side of the Moon, Pink Floyd, o auge do grupo.
Entre os discos que mais me identifico, destes lançamentos está “Krig-ha, bandolo!” do Raul Seixas em parceria com Paulo Coelho, em muitas faixas, a melhor dela “Al Capone”. É nesse LP de estreia que de cara Raulzito lança: “Mosca na Sopa”, “Metamorfose Ambulante”, “Ouro de Tolo”, serão sucessos eternos do genial baiano, que misturou de tudo e experimentou de tudo também, um rebelde em constante criação.
Do meu Ceará, Fagner, leva ao Rio de Janeiro uma legião de artistas locais, o “pessoal do Ceará”, o seu primeiro disco é “Manera Fru Fru, Manera”, com importantes canções de sua lavra em parceria com Belchior, conterrâneo que lhe abrirá as portas do sul maravilha. Neste LP temos “O último pau de arara”, “Mucuripe” , “As penas do Tiê” ( gravada com Nara Leão) e “Cavalo Ferro”.
O belíssimo “Perola Negra” LP de estreia de Luiz Melodia, também é de 1973, com registros fenomenais, como “Magrelinha”, “Pérola Negra”, “Estácio, Holly Estácio” e “Vale o quanto Pesa”, a voz maravilhosa e as interpretações jazzistas, misturada com Swing brasileiro, que tantas vezes me lembra de Elza Soares, pelo jeito e ginga do cantar, fez de Luiz Melodia um dos meus preferidos.
Sobre “The Dark Side of the Moon” já tinha escrito em março deste ano o post – The Dark Side of the Moon – 40 Anos, ali diz tudo sobre o disco, que continua sendo o meu número 1, a concepção completa de faixa à faixa, é deslumbrante, ouço muito e sempre encontro algo novo, não acredito que chegou aos 40 anos, sendo o clássico dos clássicos.
Que ano 1973, musicalmente, a despeito do golpe no Chile, que derrubou Allende ou da feroz ditadura militar no Brasil, este ano foi espetacular. O grande Antonio Carlos Jobim, lançou o seu manifesto ecológico no antológico “Matita Perê”, que tem “Águas de Março”, “Matita Perê”( com Paulo César Pinheiro), “Rancho nas Nuvens”. Tom Jobim escreve, toca e arranja as belas canções de um disco experimental.
Quem lembra mais de 1973?
Raul Seixas Ouro de tolo
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=cn0S56WPkjQ[/youtube]
Fagner – Cavalo Ferro
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=D7L2Og08A50[/youtube]
MAGRELINHA – LUIZ MELODIA
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=azjxVNo6T6U[/youtube]
Paulo César Pinheiro e Tom Jobim – matita perê
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=Pb7Akl1DOmY[/youtube]
Arnobio,
Adorei a seleção. Os discos são mesmo incríveis. Tenho alguns deles.
Abraços.
Logo antes, em 72, os Novos Baianos tinham lançado o ótimo “Acabou Chorare”. Era meu tempo de faculdade, e ouvir a Baby Consuelo após as reuniões tensas era um sopro de frescor no meio de tanta preocupação, com colegas sendo presos, alguns desaparecendo…
Close to the Edge, do Yes – é fabuloso! Selling England by the Pound, do Genesis, é sensacional!
“No jardim das almas de sonho e medo, quero ver você, olere olara…”
Matita Pererê só fui conhecer quinze anos mais tarde
No mais melembro de tudo como fosse hoje, afinal eu tinha 13 anos…Grande artigo, parabens!!