459: #VaiCorinthians : Romarinho, Iluminado

A incrível calma de Romarinho, como se a Bombonera não fosse nada..

 

A ansiedade aumenta, o coração apertado, quase não falo com ninguém, todo o corpo, cabeça, pensamentos, vida, se direciona ao Corinthians, parece irracional, deve ser, mas não tem como ser diferente. Por mais que não gostemos, a verdade é que a Libertadores é nosso calo, aquele que nos cala, que nos torna pequeno, mesmo sendo gigante. Toda a nossa história se torna incompleta, quando não se chega ao patamar maior, principalmente se seus adversário já chegaram, não temos como negar a realidade.

De fato concreto é que a Libertadores efetivamente ganhou peso em São Paulo, com as vitórias do São Paulo, aquele timaço do Telê, até então ninguém deixaria de dormir se a perdesse. A coisa piorou com as duas derrotas para o Palmeiras, pesou demais, em particular na segunda, quando o Corinthians era mais estrelado, mas eles foram mais time. A sensação de derrota aumentou com os fracassos posteriores, motivo de piadas e chacotas.  A torcida fica cabisbaixa, arruma desculpa, mas no fundo sabe que todos eles estão certos.

Este peso incomodo já desmontou grandes equipes, mas este ano tudo parece diferente, a eliminação ridícula frente ao Tolima, deixou marcas profundas, mas serve de combustível para um novo momento. Pela primeira vez, o técnico não caiu, mesmo que merecesse, houve um voto de confiança, no escuro, mas que se mostrou extremamente correto. Para quem não sabe, naquele fatídico, foi o primeiro que Paulinho e Ralf começaram a jogar juntos, dali nasce o que temo hoje.

Como sempre, desde a primeira fase, o Corinthians estava eliminada, não passaria pelo Cruz Azul e Nacional, até o Tachira era apresentado como mais forte que o Tolima, a síndrome da Libertadores aconteceria já ali. Classifica em primeiro do grupo, segundo geral, pegaria o “poderoso” Emelec, a chacota era : Emelec x Emeleca. Para piorar, na semana anterior, eliminação do paulista pela Ponte Preta, tudo conspirava para mais um vexame, troca de goleiro, tensão, juiz fraco, jogo ruim, mas a decisão fica para Pacaembu. Aí os cabeças de planilha sacam as estatísticas, Corinthians SEMPRE foi eliminado em casa. Passamo, sem convencer, segundo todos.

Vem o Vasco, os mesmos diagnósticos, dentro de São Januário, um caldeirão, o Corinthians vai tremer, a derrota é certa, não foi, polêmica de arbitragem, para temperar. Mas a volta, sim a volta, de novo Pacaembu, volte ao parágrafo anterior, SEMPRE eliminados no Pacaembu. Um gol do Vasco fará o time perder a cabeça, a torcida invadir o gramado, Bem esta história contra o Vasco leia aqui: Paulinho e Riquelme – Lances Geniais.

Mesmo assim, nada de credibilidade, foi apenas um golpe de sorte, pois agora sim, enfrentaria aquele que é o maior time de todos os tempos, o Santos, com Neymar já antecipando que só se preocupa com a final contra o Boca, ou seja, jogos contra o Corinthians serviria apenas para “treinar” o Santos. O palco é a Vila Belmiro, o alçapão, de lá ninguém escapa, será simples, o espetacular Santos contra o perdedor de Libertadores. Vencemos lá. Ah, mas tem o jogo da volta, onde? no Pacaembu, releia os parágrafos anteriores, SEMPRE foi eliminado, se tomar um gol tremerá, Neymar nunca joga mal mais que um jogo, Ganso estará melhor, ou seja, Santos franco favorito, a história foi outra, leia aqui:  #VaiCorinthians.

A explosão de emoção começou com  Paulinho, depois com Emerson na Vila, a tensão contra o Santos no Pacaembu, vencida com a frieza de Danilo, foi o máximo que o Corinthians podia fazer, pois, agora terá pela frente um dos maiores campeões de todos os tempos, a mítica Bombonera, lá este time sem título, passaporte, craques, vai tremer, vai se curvar diante de Riquelme e companhia. Vamos rir dele, era este o discurso, quase unânime é que ontem o Corinthians acabaria, com este prognóstico, não tem como assistir ao jogo sem temer.

Mas para quem ia ser eliminado na primeira fase, depois pelo Emelec, depois pelo Vasco, finalmente pelo Santos, que nunca foi a final da Libertadores, era melhor curtir o momento, entender o que é a Bombonera e sua mística, aprender, afinal só se ganha quando se aprende. Os mais afoitos já diziam que agora o Corinthians já tem o status do São Caetano, Atlético Paranaense, Fluminense, tudo isto nos honra, não tomo como provocação, pois é verdade. Ir à bombonera já é uma glória, enfrentar a apaixonada torcida do Boca mais ainda.

Segurar o jogo milimetricamente, partir só quando houver certeza, é a tarefa que Tite incutiu nos seus jogadores, um primeiro tempo perfeito, sem riscos, com umas boas estocadas. A saída de Jorge Henrique, acaba por desmontar um intricado esquema de proteção ao gol, muda o esquema, Boca cresce, era natural, mas sem grande perigos, até o lance do gol. A torcida se apavora, o time reage de forma serena. Aí, entra o imponderável do Futebol, que o torna mágico, Tite chama um garoto, Romarinho, 21 anos, que até 3 semanas jogava no Bragantino, que se tornou uma espécie de fornecedor de jogadores do Corinthians( Felipe, Paulinho, Moradei, Zelão, Bill).

Romarinho já tinha espantado a torcida quando domingo com um time reservas, fez dois golaços diante do Palmeiras, já passou a ser visto como promissor, mas foi inscrito recente para as finais da Libertadores, jamais tinha saído do Brasil, jogo internacional de qualquer importância. Ele entra, um minuto depois, Paulinho, o melhor do time, rouba uma bola de Riquelme, na intermediária da defesa e parte com ela rumo ao ataque, toca para Emerson que se livra da falta e do beque grosso, enfia entre as pernas de Schiavi, Romarinho tem diante de si: A Bombonera vibrante com o 1 X 0, o excelente goleiro do Boca, e aquela trave. Eis que o garoto, simplesmente, esquece tudo isto caminha firme olha o goleiro e sutilmente encobre o goleiro, a bola entra de mansinho.

A Bombonera parou, fica estática, flash nos camarotes, Maradona resignado aplaude, percebe que algo anormal acontece ali. A verdade o Corinthians não ganhou nada, tem mais 90 minutos para fazer deste grupo o maior vencedor de sua história, mas antes de tudo, continuem assim, sérios, íntegros, seguros de sua força, respeito ao grande rival, principalmente ao nosso histórico. E como sempre:

#VAICORINTHIANS

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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