Muitas vezes as maiores dificuldades de escrever um post é achar uma imagem, ou uma música, para deixar o que foi escrito mais forte, nem sempre é fácil, até mesmo as citações, que também são frequentes aqui, não dão tanto trabalho, muitas delas são lembranças de livros ou poesias que guardo vivas em mim, ou em determinada página de livro que facilmente localizo. Mas as imagens são muito complicadas, pois é preciso dar crédito, fonte, nem sempre se acha no google, mas além disto é difícil combinar imagem x texto x música, a equação precisa ser bem fechada.
Porém, em alguns casos, as imagens são tão perfeitas e significativas, que o texto nem importa tanto, fico ali admirado, caramba como consegui algo tão intenso, esqueço até o que escrevi, pois me impacta tanto que fico ali olhando, pensando na força que a imagem tem. Hoje foi um dia iluminado, neste sentido, estava escrevendo mais uma vez sobre Hamlet, mas não conseguia, ao final, nenhuma imagem que me agradasse, tava difícil, as opções eram o mais do mesmo, sempre Hamlet com a caveira, em variadas versões desde Laurence Olivier até Wagner Moura, passando por Mel Gibson, tava complicado, pois queria algo diferente, realmente que abarcasse o texto, que desse mais intensidade ao que escrevera.
Quase desistindo, fiz uma última tentativa e encontrei a imagem espetacular, incrível como foi perfeita, pegou na veia, explodiu e multiplicou o significado especial do texto, confira o post e julgue por si: A “loucura” dos grandes , ela se tornou gigante, fiquei radiante, só a imagem merecia um post todo, explicando os detalhes dela. Vou reproduzir e dizer algumas coisa que vejo:
Esta foto é de um poster de divulgação de uma encenação da peça, em julho de 2010, no festival de verão de Saratoga, uma pequena cidade da Califórnia, EUA, fiquei maravilhado, eles fazem um festival desde 2002, com várias peças de Shakespeare, ao ar livre num parque da cidade. Em 2010, foi Hamlet a escolhida, e que cartaz, inacreditável o bom gosto, a expressão do rosto, os olhos, o anel em forma de caveira, as mãos quase encobrindo o rosto. Precisa dizer mais? A inveja é não ter visto a peça, quem sabe ache no youtube.
Esta foto me lembrou imediatamente uma outra que usei no post: Cyborgs – Gênese, que guardam algumas semelhanças tanto de forma, quanto de conteúdo, a imagem é de divulgação de uma encenação moderna do Prometeu Acorrentado, Prometeu 06, confiram que explendor:
Incrivelmente forte e cheia de símbolos, a foto é do grupo português de teatro experimental “Escola da Noite”, que adaptou Prometeu, com enxertos de Kafka e de “A libertação de Prometeu” de Heiner Müller, um espetáculo de multimídia com imagens de Paulo Côrte-Real e a música original de António Andrade. O ator único era António Jorge, parece que foi uma grande montagem no Teatro de Coimbra, em 2006. A foto é genial, instigante.
São estas fotos que dão vida ou superam em muito qualquer palavra, tornam o blog mas interessante, nem que seja visualmente.