DNA do Crime, uma ótima produção brasileira.
DNA do Crime (Netflix, 2023) é uma minissérie brasileira com 8 episódios, produzida pela Paranoïd Filmes, tem roteiro de Bernardo Barcellos e Bruno Passeri, ótima direção de Heitor Dhalia (também roteirista), conta com um excelente elenco, que é liderado por Maeve Jinkings, Rômulo Braga e Thomas Aquino.
É uma batalha de gato e rato entre a Polícia Federal e uma (ou mais) facção criminosa que controla a fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Narra as relações entre quadrilhas nacionais e paraguaias, que planejam assaltos à bancos, tráfico de drogas, controle de presídios, de lado a lado, ações espetaculares para apavorar populações e governos, dando a impressão de impotência das polícias locais e estaduais, exceto a equipada Polícia Federal.
A Violência e o medo numa trama complexa em que mistura ficção com histórias reais, ou bem próximas da realidade, o que faz aumentar o interesse e desperta a curiosidade em associar os fatos da série com as matérias e histórias que são conhecidas no dia a dia. Traz o poder das facções, seus armamentos e equipamentos, seus tentáculos no poder político, dentro das polícias, infiltrados e cooptados.
O trabalho cuidadoso de pesquisa, de como funciona polícia, a questão do uso da ciência, preparação, e o outro lado, do crime, sua capacidade de organização, atração. O bom roteiro procura fugir do lugar comum, sem glamourização o crime, nem a força da polícia, claro que é impossível se livrar de clichês, o resultado é satisfatório.
O que mais surpreende é a qualidade de produção, filmagens, tomadas, diálogos, construção de personagens e histórias paralelas que se somam e tornam a minissérie fluída que passa rápido mesmo com episódios de quase uma hora cada um, não cansam e nem é maçante, tem boa continuidade e boas cenas de ações.
Vale assistir, virou um sucesso internacional, uma das maiores de uma produção brasileira no canal de streaming Netflix.
PS: Particularmente fiquei muito contente ao ver o nome de Manoel Rangel, produtor, nos créditos da minissérie. Manoelzinho é um velho companheiro de movimento estudantil, dos anos de 1980, em tantas disputas na UBES, ele de Goiânia, eu de Fortaleza, fomos adversários em muitos embates, mas havia um respeito e admiração mútua.
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