Arnobio Rocha Política A virada da vida rumo à advocacia.

2267: A virada da vida rumo à advocacia.


Audiência Pública na ALESP, dezembro de 2019, sobre o Massacre de Paraisópolis.

Há seis anos, numa terça como hoje, passei a advogar de forma definitiva e exclusiva, nove anos depois de ter dado entrada na minha carteira de advogado na OAB/SP, em abril de 2008, após uma longa espera devido ao cancelamento do exame da ordem em dezembro de 2007, adiado para fim de janeiro e segunda fase em março de 2008.

Passei a advogar, naquele início de abril, depois de longa experiência (mais de 27 anos) na área de Telecomunicações, no dia 03 de abril de 2017. tinha sido demitido pela  Claro-Embratel, empresa em que trabalhei por 15 anos como especialista em Telecomunicações,  vindo da Ericsson, tendo passado pelo grupo NEC (NEC, Boviel e Nesic), 1989-1999, um curto período na Telesp Celular (VIVO).

Recomeçar não é fácil, por circunstância alheias à minha vontade adiei por nove anos essa saída de Telecomunicações rumo ao Direito. A própria escolha do Direito tinha sido aleatória quando em 2003 resolvi voltar aos estudos, foram 5 anos duros demais, conciliando trabalho pesado, com aulas noturnas e estudos até pela madrugada.

Vencido o exaustivo curso, imediatamente veio a aprovação no exame da ordem, seria natural mudar de ares, porém, entrei num projeto na empresa por dois anos em que viajei pelo Brasil numa implantação de um novo equipamento (chinês) e que valia muito o aprendizado e fazer uma reserva financeira quando saísse da área, ajudaria na transição.

Infelizmente, logo que concluímos esse projeto, minha filha mais velha foi diagnosticada com Leucemia e não tive como sair da empresa, pois contava com um bom plano de saúde, além de salário e uma segurança na minha experiência e ir advogar seria difícil. Foi uma opção dura, mas tive que ficar, pois  era necessário demais, adiando, assim, a minha decisão de sair de telecomunicações.

A vida resolveu por si. Em abril de 2017, um mês depois de ser homenageado pelos 15 anos de empresa (a mão que afaga é a mesma que apedreja, como diz o poeta), com minha filha em tratamento de Leucemia, fui demitido, vem aquele baque, o susto, as incertezas naturais, pela situação em volta.

Imediatamente resolvi que era hora de advogar, procurei um amigo, o Dr. Alexandre Shikishima, colega da época de faculdade e ele me deu grande apoio e ajuda, confiou em mim, me levou à audiências, diligências, de todos os tipos, para que conhecesse bem o meio em que estava iniciando.

Por amizades, através de atividades políticas, a minha querida Dra. Eunice Storti me “adotou”, sendo minha mestra em tantos processos e indicações. Devo muito a minha primeira sócia, Dra. Ana Lídia, que tanto me ensinou, nesse novo caminho. Assim como a Dra. Claudo Loturco, aquem tanto devo, pois me acolheu no seu escritório num momento tão difícil de minha vida, após a morte de minha filha, quando não sabia nem o que fazer.

As minhas relações políticas me fizeram conhecer a Dra. Graça Mello, que me levou para a luta na nossa entidade de classe, a OAB/SP. Rapidamente, já em 2018, estávamos na vitoriosa campanha eleitoral do Presidente Caio Augusto e em 2019, virei coordenador de núcleo da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP e conselheiro do Sindicato dos Advogados de SP (SASP), por convite do Dr. Fabio Gaspar.

A convite do Presidente da OAB/SP, Dr Caio Augusto, fui levado ao conselho estadual e completei o mandato dos últimos meses da gestão, também fui nomeado Presidente da CDH da OAB/SP, para completar o mandato da Dra. Ana Amélia, com quem trabalhei por aqueles anos na CDH.

Olhando hoje, é um grande feito, para quem tinha mudado definitivamente para advogar em 2017, participar de uma gestão da ordem, 2019-2021, foi uma honra enorme, aprendizado, amizades e muito, mas muito trabalho, pelo tema e pela conjuntura de tanta exclusão e violações aos Direitos Humanos.

Desde 2022, após a gestão na OAB/SP, continuo com as nossas atividades de Direitos Humanos no Sindicato dos Advogados de São Paulo, na ABJD e participação no grupo Prerrogativas. A advocacia é feita de escolhas e de compromissos com as lutas e com a defesa do que nos é mais caro, a vida e os Direitos Humanos.

Durante a Pandemia, minha querida amiga, professora, Dra Martha Lossurdo, me deu a honra de ser seu sócio, nessa nova conformação humana, a virtualidade, mas que tem sido de enorme valor, de aprender e conhecer o mundo jurídico.

São seis anos de advocacia militante que parecem muito mais, são quinze anos de OAB, mas com mais significado maior quando se advoga, quando se sofre no e-saj, PJE, projud, nos fóruns, cartórios, audiências, reuniões e política de ordem, uma vida que se complementa pela longa trajetória política de defesa dos Direitos Humanos e valores sociais e políticos.

É isso, por enquanto.

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2 thoughts on “2267: A virada da vida rumo à advocacia.”

  1. Opa, depois quero bater papo sobre telecomunicações, o de também iniciei minha vida profissional! Ótima coincidência, nobre causídico!

  2. Grande companheiro, amigo e lutador. Minja admiração e muito respeito pela sua trajetória. Você sempre muito inspirador a boa luta!

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