Arnobio Rocha Diário de Redenção 18 Meses sem Leleka

1665: 18 Meses sem Leleka


Aos 19 anos, no Le Vin,por quê? Por quê?

Desde aquele dia 18.11.18, praticamente em todos os esses 540 dias, alguém dia que com o tempo a dor vai passar, que se transformará em saudades (boas?). É bem certo que tenha feito isso com outras pessoas que estão nessa mesma situação.

Falta-me inteligência, ou sensibilidade, os dois, provavelmente, porque simplesmente não consigo, é muito maior e mais forte do que eu. O buraco aberto no peito não fecha, não por falta de vontade, de que não queira seguir em frente, já sigo, sabe-se lá como, mas a necessidade de sobreviver, de atender aos que de mim dependem, fizeram com que continue.

É tudo absolutamente louco, inacreditável, que isso tenha acontecido, dói demais, cabeça, mente, corpo, que paralisa, as lágrimas descem numa velocidade e intensidade que molhando todo o rosto, gosto amargo, a garganta trava, engasga, não tem como engolir o choro.

Por mais que compreenda o contexto e a dialética do ciclo da vida, não dou conta racionalmente, as minhas forças são sugadas por um turbilhão, uma onda de energia que vai saindo do meu corpo, quase a esgotar tudo.

De alguma forma, por algum canal, as palavras vão saltando na tela, de tanto chorar, a vista fica turva, longos soluços e limpar os olhos.

Filha, caramba, por que você? Que sorte maldita de ter caído justamente naquele maldito hospital canalha e de tudo que nos fizeram.

Te amo.

 

  1.  Acessos de fúria e de desprezo para quem vier criticar sobre o que escrevo, VTNC, vazem, não leiam, não são convidados (as), apenas fiquem longe, bem longe de mim.
  2. O que faço ou deixe fazer, é da minha conta, cago e ando, para o que falam, a exposição é minha, sigam com suas vidinhas medíocres cheias de cuidados para agradar aos outros, medo de perder empregos, clientes.
  3. Caralho já perdi quase tudo na vida, agora querem “censurar” a única liberdade que o Kapital ainda me permite?

 

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2 thoughts on “1665: 18 Meses sem Leleka”

  1. Te compreendo muito. A dor lancinante da perda passa, mas demora. E fica sempre uma dor, mais branda, misturada com a saudade. Minha experiência de perder um ente querido muito próximo é diferente da sua. Perdi minha mãe fazem 14 anos. Ela tinha 72 anos. Mesmo assim achei que se foi muito cedo. Eu era muito próxima de minha mãe e, além de amá-la e admirá-la muito, éramos amigas. Morava com ela e a levava para viajar, jantar fora, passear, fazer compras. Mesmo morando com ela, eu ligava do trabalho para casa quase todos os dias. Sempre tínhamos algo para conversar. Depois que ela se foi levei uns cinco anos para conseguir passar ou estar nos locais que tinham a ver com ela sem sentir uma reação física. Desculpe desabafar minha dor em vez de tentar consolar a sua. Só posso dizer que o tempo nos acalma, mas a resposta do porquê eu nunca encontrei.

  2. Você está certo. A dor não passa nunca, apenas aprendemos a administrar, ou não. Faça o que quer, o que for preciso. Ninguém tem direitos sobre a dor do outro. Abraço fraterno.

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