Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: Merkel, a dona da Bola

183: Crise 2.0: Merkel, a dona da Bola

 

 

 

 

Na semana em que a Fifa premiará o melhor jogador do mundo, na verdade europeu, pouco importa se ganhará mais uma vez Messi, o melhor, ou Cristiano Ronaldo, muito menos Xavi, quem realmente é a Bola de Ouro na Europa é a Senhora Merkel. Ninguém, mais que ela, manda e desmanda na Europa, ela é dona da bola e do jogo. De forma nada sutil escanteou o Reino Unido e impôs o ritmo alemão ao velho continente.

 

Hoje, tratei no outro post o lado Britânico do pós reunião( Crise 2.0: A Ressaca Britânica ), como repercutiu a ação de rompimento do Governo Cameron, no Reino Unido e na UE, mas a questão agora é saber que Europa vai surgir? A Crise 2.0, começa a moldar um novo formato do Bloco. A consolidação de Alemanha como país determinante de todo um bloco, o papel francês e daí para baixo, quase uma periferia do Euro.

 

 

Poucos sabem, mas a Engenheira química, Angela Merkel é oriunda do Alemanha Oriental e quase por acaso foi pinçada ao governo de Helmut Kohl, devido a necessidade de integração nacional, e precisando de uma mulher ela veio a compor o Governo, primeiro como ministra para Mulheres e Juventude, depois no Meio Ambiente. Já no fim dos anos 90, aquela senhora do leste, passou a perna no chefão, atingindo por corrupção. Durante o Governo Gerhard Schröder cresceu na máquina da oposição alcançado sua liderança.

O Jornal O Estado de São Paulo publicou um rico caderno sobre a UE e trata das conseqüências deste novo momento várias reportagens de ótimo conteúdo com informações precisas, até uma cartografia espetacular sobre o Fluxo de Capital pelo mundo.

Os números são gigantes e fartos de problemas associados tanto em curto prazo, como a longo. Apenas para que todo o Bloco Europeu consiga o equilíbrio e cheguem à meta de 3% de déficit os cortes atingirão 3,6 Trilhões de Euros, num momento que a economia mergulha profundamente no caos. Como aponta a reportagem a própria fiadora dos planos, Angela Merkel já adiante: “A solução para a crise levará anos para ser implementada. Não há um big bang”

Porém os cortes já começaram e atingem principalmente aos países em pior situação e já também apresenta a piora nos resultados. O PIB de Portugal recuou 5% no Terceiro trimestre. Na Irlanda o corte nos programas sociais atingiu 500 milhões de Euros, justamente nas áreas que há maior carência. A Grécia cortará em 2012, 15% os salários dos funcionários públicos, fechará duas mil escolas. As vendas no natal recuarão em 25% comparadas com 2010.

Mesmo triunfante Merkel é vista com extrema desconfiança, causa mais medo do que respeito, mas como admite o jornalista do Estadão “os cínicos acusam Merkel de ter se aproveitado da explosão de incertezas na periferia da Europa. Afinal os investidores foram obrigados a abandonar os papeis da dívida da Itália e Espanha, migrando para os do tesouro alemão. Nas ultimas emissões a Alemanha conseguiu se financiar basicamente de graça”. Venho sempre frisando este ponto, a desgraça geral do Euro tem sido a felicidade alemã. Mas até quando?

Mesmo o pacote aprovado de 500 bilhões é “pequeno” diante do estouro das dívidas que estão vencidas ou a vencer que somam cerca de 1,1 trilhões, segundo a Bloomberg. Apenas no primeiro trimestre de 2012, Alemanha, França e Itália precisarão rolar 519 Bilhões de Euro em títulos. Apenas a Itália, terá a tarefa hercúlea de conseguir 300 Bilhões durante o próximo ano. Seu pacote de austeridade soma apenas 24 bilhões. Mesmo assim hoje, Monti enfrenta a primeira greve contra o plano de austeridade.

Ditando o ritmo alemão, assim caminhará a Europa…

 

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