Ainda Estou Aqui – A consagração do Oscar!

Walter Salles recebe o Oscar, uma vitória espetacular do filme brasileiro, Ainda Estou Aqui.

Foi histórico, foi incrível!

O filme brasileiro, Ainda Estou Aqui, fez história mais uma vez, agora no Oscar. o drama dirigido por Walter Salles, estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, baseado no livro, de mesmo nome, de Marcelo Rubens Paiva, contando a história de sua família destroçada pela Ditatura Civil-Militar, que sequestrou, matou e sumiu com o corpo do ex-deputado Rubens Paiva e a trajetória da heroína, Eunice Paiva.

O significado do filme vai muito além do Oscar, mas tem esse bônus extraordinário, que foi trazer a primeira estatueta para o Brasil. Um filme feito aqui e falado em português, de uma história pesada, parte da nossa tragédia política, da idas e vinda da Democracia brasileira, tantas vezes tutelada pelas forças armadas, sempre pronta para atender o comando da burguesia local, sócia minoritária do capital internacional.

O feito de Ainda Estou Aqui, de certa forma supera o de “O Beijo da Mulher Aranha”, dirigido pelo brasileiro (argentino), Hector Babenco  e que deu o Oscar ao ator norte-americano, William Hurt, em 1986, feito e produzido no Brasil, baseado no livro de Manuel Puig, sobre a ditatura argentina. O filme contou com Sônia Braga e Raul Julia, todos os diálogos eram em inglês.

É preciso comemorar muito as várias premiações e a trajetória especial de Ainda Estou Aqui, pois trouxe a discussão sobre os horrores da Ditadura, em que a Anistia, apagou todos os crimes cometidos pelos agentes do Estado, o que permitiu, recentemente, uma onda absurda de saudades de um tempo canalha que tentaram dizer que foi bom, não foi, foi terrível.

Esse jogo de esquecimento das barbaridades cometidas pela Ditadura Civil-Militar, de nunca ir à fundo e fazer reparações, esclarecer as mortes, os desaparecidos, criaram uma lacuna, facilitando que tipos como Bolsonaro e sua família, desfilem e mintam descaradamente todos os dias sobre uma época terrível do Brasil e que eles, tentaram reviver, inclusive, numa nova tentativa de GOLPE em 08 de janeiro de 2023.

A vitória maior do filme de Fernanda Torres, Walter Salles é permitir esses debate, a partir de um recorte de uma família de classe média, branca, que foi vítima dos horrores dos brucutus, quase ninguém escapa de uma Ditadura, por mais difícil que seja, a Democracia é o único caminho real para que o país se organize e lute frente suas tragédias (da violência urbana) das mazelas sociais, fome e miséria e se construa como Nação Soberana.

Parabéns, ao filme Ainda Estou Aqui.

PS: Filme Internacional ficou de ótimo tamanho, poderia ter Oscar para Fernanda Torres, até mesmo Demi Moore, mas surpresa da jovem Mikey Madison, faz parte de um clube distante, que raramente se entende, a não ser a construção ideológica.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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