Andando perdido entre pensamentos soltos e velhas músicas que, por contradição, me acompanham pela vida e não me deixam sozinho, assim, impossível não refletir sobre mim e a paisagem verde de Brasília, mais uma contradição, a cidade de concreto.
Mozart na tenra idade tocava com perfeição e muito cedo compunha, tem uma obra extraordinária, mesmo partido muito jovem. Michael Jackson, aos 6 anos se apresentava com os irmãos, aos 13 anos brilhou sozinho, entre 20 e 24 anos construiu dois dos maiores álbuns pop do século passado.
No aleatório das músicas, vem Chico, o jovem extremamente inteligente e com letras profundas e desconcertantes, uma maturidade espetacular, assim como o Gilberto Gil, que explodiram jovem e trafegam por longo tempo, ao ouvi-los a sensação é de novidade.
A voz de Maria Betânia e de Maria Callas, o canto divino de Milton Nascimento, leva às lágrimas. Amy Winehouse sussurra nos meus ouvidos, um canto e um desespero, que arrepia e encanta, apenas o sol quente, traz-me de volta a mim.
Atravessando as longas quadras, as largas avenidas, os espaços imensos e cheios de uma natureza teimosa que grassa e desafia a lógica da engenharia e da arquitetura.
A sensação de isolamento, solidão e de oportunidade de viajar em ideias, não é um experiência nova, por longos meses, experimentei no Japão, andando por Tóquio, ou em Kyoto, a mais encantadora das cidades que conheço, que funde passado arcaico à incrível arquitetura futurista.
A vida vem forte, aqueles/as pessoas geniais ultrapassam a vida comum de todos nós, suas subjetividades sintetizam o mais avançado dna humano, um presente sublime, que nos diz que há dons, inspiração para nossa mediocridade, em alguma coisa podemos ser algo melhores.
Assim caminha o dia, mais um, ou menos um, dependendo do ponto de vista.
Viva a vida!