Arnobio Rocha Política O Reboot do Governo Lula III: O Estatuto do Estupro!

2428: O Reboot do Governo Lula III: O Estatuto do Estupro!


O movimento social reagiu ao PL 1904, o ” Estatuto do Estupro”

Minha alucinação é suportar o dia a dia (Alucinação – Belchior)

As duas primeiras semanas de junho de 2024 deram a sensação do que seria o Governo Lula III, sem o 8 de janeiro de 2023.

O enfurecido ataque frontal ao Governo Lula bem coordenado pela Mídia Corporativa, Congresso Nacional, sistema financeiro (Banco Central) e Setores do Agro, deram a dimensão de que é um governo, em Democracia, em ampla minoria no Congresso, tento sido eleito por uma margem mínima, enfrentando um esquemão que usou a máquina pública e a rede de mentiras da internet, como pouco se viu na história do Brasil.

A fraqueza do governo no Parlamento, algo em torno de 140 deputados e 30 senadores, demonstra o tamanho da tragédia que o Brasil enfrenta, não é o Governo Lula, é o país inteiro refém de sua escolha para o parlamento, uma mistura exótica de atraso medieval com burrice, figuras que não demonstram conhecimento elementar do que é uma República, do que seja Democracia, servem, hoje, de massa de manobra dos espertalhões do Centrão comandado por aqueles que refletem uma época histórica trágica, Lira e Pacheco.

O obscurantismo que tinha ficado em suspenso nesses 18 meses iniciais, saiu do armário e é bem usado por Lira e Pacheco para chantagear o Governo e o STF, as pautas escolhidas visam constranger Lula, provocar Alexandre de Moraes e a maioria do STF, um jogo sórdido, sem nenhum compromisso com o Brasil, visando emperrar as políticas públicas, as prioridades da economia e a retomada do crescimento.

O uso de pautas caras à esquerda, como a questão penal menos punitiva, orientada pelos Direitos Humanos, como a decisão de impedir a ressocialização de presos, pejorativamente chamada de “Saidinha”, que mesmo vetada parcialmente, teve seu veto derrubado, uma demonstração de musculatura de Lira e Pacheco devolvendo MP sobre fim desoneração de folha de pagamento de setores da economia. A PEC da Privatização das Praias está em aguardo depois do repúdio social.

Entretanto, o mais calhorda de todos os projetos de lei, desde a escravidão, como bem apontou Reinaldo Azevedo, o PL 1904, uma espécie de Estatuto do Estupro, que traz aos holofotes de como a extrema-direita é selvagem, hedionda e misógina. Propõe punição às mulheres vítimas de ESTUPRO que fizeram aborto após 22 semanas, teriam penas que correspondem ao dobro de que um estuprador teria.

Em nome de um Deus qualquer, essa turba de canalhas e hipócritas, composta por mulheres, inclusive, provam o quanto o Brasil retrocedeu em 10 anos.

Lira usou essa pauta, esse PL, para pressionar o Governo Lula, por nas cordas, desmoralizar e exigir apoio ao seu sucessor, um chantagista, um sujeito que não tem nenhum escrúpulo, deu palco aos medievais, os defensores dos estupradores, daqueles que ODEIAM as Mulheres.

Por enquanto, o repúdio ao PL tem feito recuar Lira e seus aliados da Extrema-direita, mas, obviamente, criou uma grande celeuma no governo e nos aliados de esquerda, progressistas e de defensores das mulheres, movimento negro e de direitos humanos.

Jogou luz nos próprios limites do Governo, alto risco de virar um refém de gente como Lira e Pacheco. Demonstra a necessidade de realinhamento, dar um Reboot à máquina, talvez um reforma política, recuar alguns passos e voltar mais forte, voltar às ruas, buscar o apoio dos movimentos sociais de da sociedade, os interlocutores do governo, infelizmente, não têm peso, nem mesmo conhecimento dos movimentos.

Do outro lado, os movimentos sociais, sindicatos, partidos, é preciso refletir sobre como enfrentar a conjuntura, não apenas culpar o governo, como também não se diluir no governo, mas repensar práticas, ter pautas de reinvindicações e de defesa da Democracia, de certa forma, do próprio governo.

Na verdade, é um recomeço, ou o início real, e a volta ao embate contra a extrema-direita, não apenas nas eleições que estão por vir.

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