1535: 8º Ato do dia 18.


Ela sempre foi um desafio para minha curta inteligência…

“So close no matter how far
Couldn’t be much more from the heart
Forever trusting who we are
And nothing else matters”
(Nothing Else Maters – Metallica)

Meus amigos e minhas amigas, este texto poderá parecer repetido para vocês, como também é para mim, mas pouco importa, entendo os que desistirem de ler. Mas lá vamos nós. Dia 18 é o dia em que começo sofrendo uns três dias antes, as lembranças e a imensa saudade de Letícia, voltam com mais força e dor, não tem como escapar ou ignorar.

Algumas vezes recebo “conselhos” sobre não escrever mais, que o tempo vai curar, e outras coisas mais, entendo, ouço, não respondo, por educação, entretanto o que sinto e vivo, só a mim, pertencem. E como o que perdi é algo irrecuperável, que só quem vive algo assim pode entender a dor por que se passa, e não tem como segurar a emoção de tudo isso.

Feito isso, devo lembrar a Letícia, como em vida sempre lhe dizia, agradeço muito ser seu pai, aquilo que você me proporciona é tão extraordinário e único que não há nada que pague. Nosso tempo juntos foi curto demais, 21 anos e 58 dias, mas valeu cada segundo, seu cheirinho, seus sorriso, seus olhos brilhantes, a imensa inteligência, a sapiência adquirida por uma vida tão dura.

Esses 8 meses parecem uma tortura contínua, tento me distrair, pensar em algo positivo para vida, ou no que você diria, em cada situação nova, não é fácil viver com esse buraco no peito, essa dor que não passa.

Minha pequena, ainda não consigo abrir seu celular, nem mesmos leio as nossas mensagens, o que escrevemos, os seus pedidos, seus recados, tudo fica lá e não tenho coragem de ver, outro dia vi o trecho da peça ‘O Auto da Compadecida”, que você fez, foi o que recortei para mandar para o “make a wish”, para que você participasse do filme “O vendedor de Sonhos”.

Tudo que se refere a você, procuro não reviver, pois apenas choro, meus ombros pesam e sinto muita dor pelo corpo, não tem como explicar o inexplicável, quem sabe entender que você viveu plenamente todos os seus dias, só nós não compreendemos o conceito de finitude.

Com o amor de sempre.

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