Arnobio Rocha Esportes O Legado de uma Copa

1119: O Legado de uma Copa


Gol da Argélia, festa de todas as torcidas .

Gol da Argélia, festa de todas as torcidas .

 

O maior e melhor legado de grandes eventos como Olimpíadas e Copa do Mundo de Futebol é o Esportivo. No caso do futebol é se ele foi bem praticado, com muitos gols marcados, grandes jogadas, jogos emocionantes e se as torcidas de todos os países se integraram ao país anfitrião, livres para torcer e vibrar nos estádios. Partido deste ponto de vista, é inegável a grandiosidade desta Copa do Mundo no Brasil, cumpre à risca estes pressupostos.

A certeza de que daqui a 20 anos ou 40 anos, estaremos lembrando os feitos esportivos da Copa no Brasil, pois ela se tornará paradigma em Copas, a sua primeira fase com as equipes buscando os gols, com viradas sensacionais, público vibrando em jogos de apelo improváveis, por exemplo, um jogo entre Argélia x Coreia do Sul ou de Suíça x Equador. Que dizer então dos espetáculos de bola de grande jogo entre Holanda x Espanha, Alemanha x Portugal ou Chile x Espanha. O surpreendente e intenso empate de Gana com a poderosa Alemanha? São coisas que ficarão gravadas para sempre na memória esportiva e cultural.

O legado se medirá nos bares, hotéis, restaurantes, pousadas e nas areias das praias, nos acampamentos improvisados, em que aquelas dezenas de línguas se misturaram e se entenderam perfeitamente, nos olhares, paqueras ou nos abraços de comemorações de gols, quantos e quantos gols, quase uma agradecimento aos esforços heroicos de chilenos, argentinos, colombianos, uruguaios, nigerianos, ganeses, marfinenses que deram tudo para vir ao Brasil, para juntos testemunhar e ser protagonistas da maior festa da terra. A saudade que cada um deles deixará em nós, em nossas cidades e em nossas vidas.

O legado se refletirá profundamente na mídia, aquela mesmo que gritava contra a Copa, que insistia no “fracasso”, pois o partido no governo não é o seu, que o Brasil não pode dá certo, tem sempre que ser capacho do mundo. A mídia jogou contra o Brasil, tentou afastar os turistas estrangeiros, amedrontando-os com as piores imagens e ameaças de caos no país. Ainda fez pior, principalmente quando tentou afastar os brasileiros de suas características de povo acolhedor, feliz e que ama futebol. Por meses e meses fez campanha velada de ódio ao governo e ao evento. No dia da abertura, TODOS os meios de comunicações falavam da vergonha de Ronaldo e de que a Copa seria a marca do fracasso do Governo Dilma.

A adesão ao “Copa das Copas”, sem uma única autocrítica, marca o oportunismo e a canalhice de quem faz a mídia local, sumiram os políticos de oposição que batiam tambores da incompetência do governo, agora que as coisas estão saindo muito bem, falarão que é um legado do governo? A mídia mudou o tom e passa a vibrar com a copa, mas a cara de pau não ficará impune, as pessoas lembrarão o que fizeram durante todos estes anos, o terrorismo anti-Copa, a escolha editorial de boicote é o legado deles, a tarefa deles é negar qualquer legado, falar em “milagre”.

O tal legado “físico” será conhecido no seu devido tempo, o maior ponto de críticas era que não teríamos estádios, segundo a revista Veja “pelos cálculos matemáticos eles estarão prontos em 2038″, foi sua capa em maio de 2011, bem, parece que 2038 é agora. Os aeroportos nos fariam dar nosso maior vexame, os turistas estrangeiros ririam de nossa incompetência, pois o Caos estaria garantido, as obras não seriam entregues a tempo, pelo que consta apenas a ampliação do aeroporto de Fortaleza ficou incompleta, os índices de atrasos são menores que a média mundial.

A mobilidade urbana, o acesso aos estádios não seria possível, não teríamos ônibus, metrô, trem para transportar os torcedores ao grande evento, tudo levaria ao Caos, não é o que se viu até agora. Óbvio que há muito a ser feito, não ver isto é estupidez, mas a boa vontade a paciência e a ajuda com explicações de como se deslocar, melhores acessos facilitaria muito a vida de todos. As obras dos entornos dos estádios e nas cidades não devem e não vão parar, são serviços de curto e longo prazo, nossa tarefa é cobrar sua execução e aos seus responsáveis nos entes federativos, respectivos: Município, Estado e Federação.

O legado está em nós, nos nossos corações, na nossa alegria, no prazer que temos em receber uma Copa do Mundo, na felicidade de assistir aos grandes jogos, na vibração em cada gol, na emoção de chorar em cada momento que ser eternizará em nossas mentes, parabéns ao povo brasileiro pela maior lição já dada ao mundo, em primeiro lugar aos próprios brasileiros.

#Vai BRASIL.

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2 thoughts on “1119: O Legado de uma Copa”

  1. Excelente, Arnobio. Ontem mesmo fiquei sabendo pela @nadadeana que as arenas Recife, Rio, Belo Horizonte, Salvador e Cuibá usam energia solar. Temos um legado na arquitetura de estádios, e boicotaram até isso. Ou principalmente isso, sabe lá que interesses essas obras contratriaram. Toda grande obra tem orçamento revisto, né? Pois a maioria desses estádios gerou economia de recursos. Depois da copa vou estudar todos eles, um por um, inclusive os traumas das remoções. Há outras obras de legado. Não foi só São Paulo que ganhou metrô, Salvador também, e eu só soube disso na copa! Aldo Rebelo foi ontem ao Boa Noite, Copa do Fox Sports. Você precisava ver o conhecimento do cara sobre cada detalhe, precisava ver a carinha dele quando repassaram o hino a capela na abertura. E riram dele, chamaram esse quase faquir de ladrão, canalha, meu deus… Então eu acho que vai ter muito legado. O esportivo, o cultural, o emocional, mas também muito legado concreto. Para o PIG, o legado da vergonha. A pior cobertura de uma Copa do Mundo na história da Copa e da Mídia.

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